domingo, 27 de fevereiro de 2011

Sentindo o corpo inteiro

Embora a identificação com o corpo seja uma das formas mais básicas do ego, o lado bom disso é que, na maioria das vezes, temos condições de superar essa questão.

Não fazemos isso tentando nos convencer de que não somos nosso corpo, e sim desviando a atenção da nossa aparência física e dos pensamentos sobre ela - beleza, feiúra, força, fraqueza, gordura, magreza – para a sensação de energia vital interna.

Não importa o aspecto do corpo no plano exterior, pois, além disso, ele é um campo energético intensamente vivo. Se você não tem familiaridade com a consciência do “corpo interior”, feche os olhos por um momento e descubra se existe vida dentro das suas mãos.

Não pergunte á sua mente. Ela responderá: “não sinto nada.” Também é provável que diga: “dê-me algo mais interessante sobre o que pensar”. Então, em vez de dirigir a pergunta a ela, vá direto para suas mãos.

Com isso quero dizer o seguinte: torne-se consciente do sentimento sutil de vida que há nelas. Para percebê-lo, basta manter-se atento.

Você poderá ter uma ligeira impressão de tremor no inicio e, depois uma sensação de energia vital. Caso se concentre em suas mãos por alguns instantes, a sensação dessa energia se tornará mais intensa.

Há pessoas que nem sequer precisam fechar os olhos. Elas são capazes de sentir suas “mãos interiores” ao mesmo tempo em que lêem este texto.

Em seguida, passe para os pés, fixe a atenção neles por cerca de um minuto e comece a sentir as mãos e os pés simultaneamente. Por fim, inclua outras partes do corpo – pernas, braços, abdômen, tórax, e assim por diante – até estar consciente do corpo inteiro como uma sensação global de energia vital.

O que chamo de “corpo interior” já não é mais o corpo, e sim energia vital, a ponte entre a forma e o informe.

Adquira o habito de sentir o corpo interior sempre que for possível. Depois de um tempo, você não precisará mais fechar os olhos para isso. Por exemplo, veja se é capaz de senti-lo sempre que estiver escutando alguém.

Chega a ser um paradoxo: quando estamos em contato com o nosso corpo interior, não estamos mais identificados nem com o corpo nem com a mente.

É o mesmo que dizer que não nos identificamos mais com a forma, que estamos nos afastando dessa situação e indo em direção ao sem forma, que podemos também chamar de Ser.

Isso é a nossa identidade essencial. A consciência do corpo não só nos ancora no momento presente como é uma passagem para fora da prisão que é o ego. Além disso, fortalece o sistema imunológico e a capacidade que o corpo tem de curar a si mesmo.



Palavras de: Eckhart Tolle
Retirado do livro "O despertar de uma nova consciência"
- Editora Sextante
Image: google.com

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