Do Germ. ûrgoli
Que quer dizer.. exagerado conceito que alguém faz de si próprio; sentimento elevado da sua dignidade pessoal; que significa também > soberba; pundonor; brio; vaidade; empáfia; aquilo de que alguém pode orgulhar-se.
O orgulho nos induz a julgar-nos mais do que somos; a não suportarmos uma comparação que nos possa rebaixar; a nos considerarmos tão acima dos nossos irmãos que o menor paralelo nos irrita e aborrece.
A Fraqueza Infantil do Orgulho
Todos querem a paz, mas há muita gente que não se dispõe a fazer as pazes. Parece que não acreditam que duas pessoas zangadas ou um casal desavindo se possam reconciliar. Preferem afirmar posições. De fato, o orgulhoso não é inteligente! Se fosse inteligente, já teria percebido que a coisa mais humana é levantar-se dos seus erros e recomeçar cada dia. Não o tentar e agarrar-se aos seus direitos parece força, mas é fraqueza infantil.
Lucidez Orgulhosa
Os teólogos há muito o notaram: a esperança é o fruto da paciência. Deveríamos acrescentar: e da modéstia. O orgulhoso não tem tempo de esperar... Sem querer nem poder estar à espera, força os acontecimentos, como força a sua natureza; amargo, corrompido, quando esgota as suas revoltas, abdica: para ele, não há qualquer forma intermédia. É inegável que é lúcido; mas não esqueçamos que a lucidez é própria daqueles que, por incapacidade de amar, se dessolidarizam tanto dos outros como de si próprios.
Aprendendo a lidar com o orgulho
Este sentimento separa-nos dos outros e só traz atraso para nossas vidas. Mas, com atitudes simples e cotidianas, podemos minar a base que o sustenta até libertarmo-nos dele. É o orguho que os separa de todos os homens, dos irmãos e também de Deus. O orgulho é o é o sentimento de ilusão, sentido da separatividade. Está calcado no medo - no medo de ser subjugado, no medo de não ser amado, no medo da negação, da anulação, da morte em última análise. O que conseguem com atitudes orgulhosas? Muitas coisas. Principalmente, permanecer estagnado em seus níveis e padrões de pensamento. Veja que, pelo orgulho, qtas coisas já aconteceram na civilização.
O orgulho impede de darmos o braço a torcer, como dizem. Que imagem forte, essa, dar o braço a torcer, e que doloroso! Abandonar o orgulho parece doloroso; é como se tivessem que, ao renunciar a ele, transformar-nos nas últimas criaturas da Terra. O orgulho parece colocar-nos de pé, parece ser nossa proteção e nossa identidade. Mas ele provoca grandes atrasos em nossas vidas. O orgulho nos afasta dos outros, em primeiro lugar. Ao não abandonarem nossas opiniões, nossos conceitos, nossas próprias verdades, não entramos em acordo com os outros nem nos permitimos modificar. O orgulho é algo que precisa ser combatido e eliminado. Ele fala fundo, sabemos, é aquele senso tb de resistência, de não-entrega, de não-mudança. Mas, vejam que, enqto tivermos orgulho, temos tb conflito, temos guerras, temos desentendimentos, temos sofrimento. Qto mal nos traz esse sentimento humano!
É possível abrir mão do orgulho, é possível abandonar essas posições rígidas em favor da Unicidade? Sim, e alguém tem de dar o primeiro passo. Alguém tem de começar para permitir ao outro fazer o mesmo, e aí está o grande dilema: como eu vou abrir mão do meu orgulho e ceder à vontade e aos caprichos do outro? Ele vai me fazer vítima do orgulho dele, vai me fazer ser subjugado, submisso à vontade dele.
Também não é assim. Abandonar o nosso orgulho não significa sujeição, submissão, desde que tenhamos firmeza nos nossos propósitos. Desde que continuemos nos pautando no que é melhor para nós. O orgulho é um valor tão arraigado no comportamento humano que sequer imaginamos o que seria nossas vidas sem ele. Mas é sim possível manter-nos no nosso estado de valores, manter-nos na dignidade, na integridade sem esse nefasto orgulho.
É ele que impede de pedirmos desculpas, mesmo qdo reconhecemos estarmos errados. É o que nos leva na direção contrária a que intimamente sabemos ter de irmos, só para não dar o braço a torcer, só para não fazer a vontade do outro. O orgulho impede de sermos razoáveis, generosos, de procurar um ser querido, de dar algo de nos para o nosso semelhante. O orgulho é aquela coisa de eu não vou dar, me rebaixar e humilhar, porque ele vai se sentir o vitorioso. Pois a perda desse orgulho, a negação das atitudes que ele nos pede e nos incute a tomar, pode trazer-nos efeitos e consequências realmente saudáveis para o nosso ser.
Pedir desculpas; dar algo de nós que a consciência, pesada e amargurada, pede que se dê; procurar o outro para uma reconciliação. Tantas atitudes são possíveis para quebrar esse orgulho. A regra é simples: o orgulho é o que os nos separa do outro. Então, a negação dele é tudo que nos une ao outro. É por esse critério que devemos nos guiar. E veremos que, como abrindo mão do orgulho, ganharemos paz. Qdo é uma atitude serena, realmente motivada pela tentativa de Unicidade, nós não estamos minimamente incomodados ou preocupados com o braço a torcer. Nós saberemos e nos contentarremos com a paz que a vitória sobre o orgulho nos traz. Quem não se sente aliviado em confessar um erro, em pedir desculpas? Se o outro aceita o erro ou aceita as desculpas, realmente, é problema dele. O que importa é que fomos lá e pedimos, tivemos essa iniciativa.
Perdoar é outra grande vacina contra o orgulho. Perdoar os erros alheios, as ofensas, o que se disse e magoou. Não se trata de deixar para lá, de tentar esquecer. Perdoar é liberar-se da carga que o orgulho impõe, da mágoa. Isso é perdoar. O perdão tb alivia, tira todo um peso de nossos corações. Se podemos pedir desculpas pelos nossos erros, por que não podem tentar desculpar os outros pelos deles, não é mesmo? Agora, perdoar, para isso, não é preciso que o outro venha e lhes peça desculpas. Exigir a retratação do outro seria também uma atitude do orgulho. Perdoar pode ser algo íntimo, de você com você mesmo. É até bom comunicar isso à pessoa: você não me deve nada, compreendo sua atitude, você talvez não a tomasse se pensasse melhor. Mas quero que saiba que não estou magoado, ressentido, que botei uma pedra em cima e pronto, passou. Perdoar alguém alivia o fardo da culpa do outro. É um ato de extrema caridade, um gesto de grande unicidade, que liberta o outro de seus pesares - e nosso, de nosso orgulho.
Veja que não é difícil livrar-se dos pesos emocionais, das energias incômodas que o orgulho, como ímã, está a atrair para nós e nossas vidas. Veja que a humildade, a simplicidade, o reconhecimento da falha humana, seja em nós ou no próximo, é tão libertadora. Se todos fossemos livres para experimentar e errar, livres do orgulho que nos manda também seremos sempre os certos, na sociedade teríamos outros valores, outros rumos no trato com as pessoas. O orgulho guarda os ressentimentos, alimenta aquelas feridas e mágoas pela vida inteira. Abrindo mão do orgulho, nem guerras teríamos. O que é toda essa questão que vivemos, por ex:, a questão histórica da Palestina e de Israel senão uma grande rocha de orgulho? Por que não podem ceder um milímetro israelenses e palestinos em suas posições? Por causa do orgulho. Um não quer abrir mão do que acha que é seu, o outro não quer parar de opor resistência.
Se um dos lados apenas dissesse bem, recapitulamos nossa posição, a partir de hoje queremos nos entender, não vamos mais brigar por isso, poderiam deixar até que mediadores neutros estabelecessem um acordo. O mundo todo tem grande interesse na paz entre esses dois povos, e, mesmo assim, está lá o orgulho das raças a insisitir, insistir naquelas mesmas posições.
O orgulho é pernicioso para nossas vidas, para nossa paz. Ganhariamos muito se pudesemos nos livrar dele. É possível irmos fazendo isso nas pequenas coisas, nas pequenas vontades, nas picuinhas, como nós chamamos. Pedir desculpas. Ceder numa coisa não importante. Oferecer-nos em ajudar qdo solicitados, mesmo que aquela pessoa não tenha iniciativa de ajuda para conosco. Ora, com pequenas coisas, podem ir minando a estrutura do orgulho, fazendo pequenos buranquinhos no alicerce dele, até que ele todo venha abaixo.
O orgulho nos impede, muitas vezes, de desabafar, de contar algo que nos oprirme e incomoda. Tentemos não pemitir que ele nos traga pesos e a manutenção de certas situações nos oprime. Tenhamos a atitude humilde e corajosa de irmos lá e resolver. Confessar um erro, pedir desculpas, dar perdão em pequenas coisas de nossa vida, vejam o alívio que isso traz. Livrando-nos desses pequenos pesos nós vamos também tornando-nos fortalecidos e lúcidos para tratar dos pesos maiores. É assim que se trabalha com esse terrível orgulho: aos poucos, e humildemente, começando com pequenas coisas. Os ganhos que teremos nos animarão a deixar de lado e resolver até as situações que, no nosso julgamento de valor, são mais graves. Qdo formos ver, estaremos nos reconciliando e nos unificando até com grandes desafetos do passado. Estaremos muito mais flexíveis em nossas opiniões, colocaremos a cabeça no travesseiro e poderemos dormir em paz.
Abandonar o orgulho é como tirar um imenso peso de nossas almas. E é mesmo: o orgulho nos oprime, nos impede de expressar com a beleza e a nobreza que nos é peculiar, que nos é própria como ser espiritual. Pensemos nisso. Nos pequenos orgulhos que podemos ser vencidos, nas pequenas atitudes cotidianas que vamos livrando-nos do peso que o orgulho acarreta em nossas vidas, haverá um tempo em que todos, movidos pelo exemplo salutar de todos, estaremos também dispostos abrir mão desse orgulho - e se não estiverem, repito, não temos nada com isso. Se perdoamos, mas o outro, naquele momento, não aceita o perdão, continua magoado ou bravo, o problema realmente não é nosso. Nosso problema é vencer o nosso orgulho.
Se os outros quiserem permanecer orgulhosos, não podem tomar uma inciativa de perdão, por ex:, com uma expectativa de contrapartida do outro, pois isso não é uma atitude completamente liberta do orgulho. A atitude libertadora é sempre a que parte de nós para o outro. Pode ser que, com nossas atitudes, outros também venham e nos perdoem, e desfaçam os mal-entendidos; outros que nem esperávamos. Porque vamos nos desanuviando, vão rompendo as amarras de uma série de situações em nossa vida. Dar o perdão para A, e somos também perdoados por B. Na vida, a compensações podem não ser tão diretas, os retornos nem sempre vem do lado que se quer. Entender isso e contar com isso também é uma negação do orgulho: fazer sem esperar recompensa. Pensem nisso, meus filhos, e comecem a exercitar o desmonte do orgulho em pequenas e cotidianas situações de nossa vida. Qdo perceberemos, a leveza que isso nos trará não pemitirá mais que o orgulho e as grandes resistências nos sustentem. Na paz e na luz de Deus me despeço, Aprica.
Créditos: Canalizado por Regina Gianetti
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