A vergonha nasce da comparação entre nossas ações e nossos conceitos, padrões, valores, ou das comparações que fazemos entre nós e as outras pessoas, o que, na realidade, também se refere a nossos padrões, conceitos, valores, aos nossos julgamentos.
Podemos "morrer de vergonha" de certos atos, fatos, situações, pelos quais jamais nos culpariam ou nos condenariam. Mas, por imaginarmos esta possibilidade, nos envergonhamos.
Uma situação que é vergonhosa para uma pessoa pode não ser para outra, pois a vergonha está baseada em padrões, valores, regras, conceitos, preconceitos, objetivos, expectativas, e cada um de nós tem os seus próprios.
Nossos valores estão associados à nossa auto-imagem de forma sistemática, hierárquica. Assim, o que é moral para uma pessoa pode não ser para outra; o que é motivo de vergonha para uma pessoa pode não ser para outra. Tudo vai depender de como esses padrões, valores, regras, conceitos, preconceitos, objetivos, expectativas, estão organizados.
Logo, não só os padrões, valores, regras, conceitos, preconceitos, objetivos, expectativas, são diferentes para cada pessoa, como também sua organização é diferente. A importância atribuída a cada um deles é diferente em cada indivíduo. Assim, para alguns, ser justo pode parecer mais importante do que ser famoso; para outros, ser rico pode parecer mais importante do que ter paz.
Tudo está dentro de nós, todas as idéias de vergonha estão dentro de nós. Podemos perceber isto quando sentimos vergonha e estamos sozinhos. Neste momento, damos graças a Deus por não haver ninguém por perto; do contrário, a sensação seria pior. Quem sente vergonha julga a si próprio.
Identificados com grupos, sentimos vergonha quando não nos enquadramos dentro dos ideais desses grupos, ideais estes que podem estar apenas em nossas mentes. Uma pessoa elegante que não está arrumada, sente vergonha ao se aproximar de outra pessoa elegante.
Em contrapartida, se estiver próxima de uma outra pessoa qualquer, nada sente; às vezes, sente até orgulho, o que é mais provável.
Uma pessoa luxuriosa, que se diverte com revistas pornográficas, pode ficar com vergonha diante das pessoas que condenam ou não gostam de pornografia. O luxurioso acredita que essas pessoas são mais corretas do que ele. Porém, certamente se sentirá confortável ao lado de outra pessoa luxuriosa.
Um outro aspecto da vergonha é a vergonha de mudar de opinião. Temos orgulho demais para admitir uma mudança de opinião; não estamos dispostos a agüentar a chateação e a zombaria dos outros, é difícil assumir que estávamos errados ou que simplesmente mudamos de idéia. Estamos preocupados demais com nossa auto-imagem, não suportamos ouvir de terceiros que eles nos avisaram, nos aconselharam, que disseram que não iríamos sustentar a opinião por muito tempo. Não suportamos os rótulos. Precisamos assumir as responsabilidades, as conseqüências de nossas ações, de nossas escolhas.
Palavras de: Fabio F Balota
Postado em "Gotas de Sabedoria"
http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=22310526
Imagem: google.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário