quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A vergonha do externo a nós

Por vergonha, por medo da rejeição, por queremos agradar os outros, muitas vezes acabamos ficando sem jeito, acanhados ou embaraçados para nos comunicarmos, para dizermos algo, para nos manifestarmos. A vergonha está relacionada a remorso, timidez, pudor, honra, humilhação, brio, embaraço.

Podemos sentir vergonha, também, pelas ações de outrem. Isso acontece quando nos achamos responsáveis pelas ações de terceiros, por acharmos que estamos associados a eles, por acharmos que eles nos expõem.

Nossa personalidade é a forma pela qual nos apresentamos ao mundo, ela inclui nossos papéis sociais, carro, casa, tipos de roupas, estilo de expressão pessoal. Para a personalidade, para o ego, todas estas coisas são objetos de satisfação, de auto-afirmação, fazem parte de uma auto-imagem.

As pessoas da família, os amigos, o trabalho, a profissão, a religião, também são como objetos para personalidade, para o ego. Todos fazem parte de uma auto-imagem e são utilizados em nossas necessidades de auto-afirmação, de satisfação.

Assim, podemos sentir vergonha dos amigos pobres, principalmente quando estamos perto de amigos ricos. Podemos sentir vergonha de amigos chatos, principalmente quando estamos perto de amigos legais. Podemos sentir vergonha de amigos religiosos, principalmente quando estamos perto de amigos não o são. Podemos sentir vergonha dos pais quando estamos próximos de alguns conhecidos – o que parece acontecer sobretudo na adolescência. Tudo depende do contexto, da situação.


Sentimos vergonha de nossas crenças quando estamos em um grupo que não comunga das mesmas crenças, das mesmas idéias. Por fraqueza, por covardia, por medo da rejeição, da ridicularização, somos capazes de fingir e até de negar nossas próprias crenças. Desta forma, enquanto continuarmos a ser assim, pequenos e rastejantes, elas nunca passarão de meras crenças, jamais chegarão a ser uma verdadeira fé, pois nossos princípios são trocados pela aceitação dos outros.

A história relata que muitos morreram por seus princípios. Precisamos estar dispostos a morrer por nossos princípios, ainda que seja uma morte psicológica. E isto é urgente, se é que realmente temos princípios.

O que fazemos hoje é dar mais valor, mais importância, ao nosso ego, à nossas ilusões sobre o mundo, aos nossos prazeres e necessidades - que nunca nos trouxeram felicidade real - do que aos nossos princípios, nossa consciência, nosso real e verdadeiro Ser.

Toda a questão se resume em estarmos dispostos mudar nosso universo interior. Isto prevalece sobre qualquer outra coisa. Nossa consciência, nosso real e verdadeiro Ser, deve ter mais importância do que qualquer outra coisa.

O julgamento, a crítica, a reclamação, são formas de defesa. Agimos assim na ilusão de nos sentirmos melhores, superiores ao outros, de nos sentirmos mais à vontade, menos expostos em nossas expressões.




Palavras de: Fabio F Balota
Postado também em "Gotas de Sabedoria"
http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=22310526
Imagem: google.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário