terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Verdade ou conseqüências (Osho)

Não pense nas conseqüências. Só os covardes pensam nas conseqüências.



Todo mundo lhe diz para ser comedido. Por quê? Se a vida é tã curta, por que ser comedido?

Salte o mais alto que puder. Dance com toda a sua energia.



Ser como todo mundo significa fazer parte de todo tipo de mentira que a sociedade chama de etiqueta, de boas maneiras. A razão é clara porque as pessoas falam sobre a verdade e ainda vivem em um mundo de mentiras. O coração delas anseia pela verdade.



Elas têm vergonha de si mesmas por não serem verdadeiras, então falam sobre a verdade. Mas isso não passa de mera conversa. Viver de acordo com a verdade é perigoso demais — elas não pedem se arriscar. E o mesmo acontece com a liberdade. Da boca para fora, todo mundo quer liberdade, mas ninguém é livre de fato e ninguém quer realmente ser livre, porque a liberdade traz responsabilidade. Ela não vem sozinha.



A diferença entre ambição e anseio é que a ambição visa a um objetivo, o anseio visa à fonte. Ambição significa que existe algo a se conquistar "lá fora". Ela depende de um objetivo, existe um motivo. Por isso você pode ser racional no que diz respeito a ela. Pode calcular se vale a pena atingir esse objetivo ou não. Não é uma questão de sentimento, é algo que se calcula. Você tem que seguir em uma certa direção com cautela: o mundo é dos espertos, todo mundo está tentando atingir o mesmo objetivo e existe competição. Você tem que ser sagaz e inteligente, além de muito cauteloso. Tem que ser político, diplomático



O anseio não tem um objetivo, mas tem uma fonte. O coração é a fonte.
Vincent van Gogh sempre pintava as árvores tão grandes que elas iam além das estrelas. As estrelas eram pequenas, o Sol e a Lua eram pequenos e as árvores eram imensas... Alguém perguntou a ele: "Você é maluco? Por que nunca pára de pintar árvores tão grandes? A estrela mais longínqua fica a milhões e milhões de anos-luz e as suas árvores sempre vão além das estrelas! Que maluquice é essa?"



E Van Gogh riu e disse: "Eu sei! Mas sei de outra coisa também, da qual você não se dá conta. As árvores são os anseios da terra para transcender as estrelas. Eu estou pintando os anseios, não as árvores. Estou mais preocupado com a fonte, não com o objetivo. E irrelevante se elas alcançam as estrelas ou não. Eu pertenço à terra, sou parte dela e compreendo o anseio da terra. Esse é o anseio da terra expresso através das árvores — ir além das estrelas."



E, por um anseio, tudo é possível. Nada é impossível porque a questão não é chegar a um lugar, mas apenas contemplar a fonte do próprio anseio. Olhe bem dentro do seu coração. Ouça a voz calma dentro de você. E lembre-se de uma coisa: uma pessoa só se realiza na vida por meio dos anseios, nunca por meio das ambições.



A vida é basicamente insegura. Essa é a sua qualidade intrínseca, Nada pode mudar isso. A morte é segura, absolutamente segura. No momento em que você escolhe a segurança, sem saber está escolhendo a morte. No momento em que escolhe a vida, está
escolhendo a insegurança.



Com a segurança, com o conhecido, você fica entediado. Começa a ficar entorpecido. Com a insegurança, com o desconhecido, com o inexplorado, você se sente extasiado, belo, criança novamente — mais uma vez aqueles olhos de admiração, mais uma vez aquele coração capaz de se maravilhar.



Quem tem medo da morte? Nunca cruzei com alguém que o tenha. Mas quase todo mundo com quem cruzei tem medo da vida. Esqueça o medo da vida... Ou você tem medo ou você vive — a decisão é sua. E o que há para temer? Não há nada que possa perder. Você só tem a ganhar. Esqueça todos os medos e mergulhe de cabeça na vida.



Só o passado não vivido é que se torna um fardo psicológico. Deixe-me repetir: o passado não vivido, aqueles momentos que você poderia ter vivido, mas não viveu. Os casos de amor que não existiram, que você deixou passar... Aquelas canções que não cantou, porque estava ocupado com alguma coisa boba... É o passado não vivido que se torna seu fardo psicológico e fica cada vez mais pesado a cada dia que passa.



E por isso que o idoso fica tão rabugento. Não é culpa dele. Ele não sabe por que é tão rabugento — por que tudo o deixa irritado, por que está sempre zangado, por que não pode deixar que os outros sejam felizes, por que não gosta de ver as crianças dançando, cantando, pulando, festejando. Por que ele quer que todo mundo fique quieto? O que há com ele? Trata-se, simplesmente, de um fenômeno psicológico: toda a vida que ele não viveu. Quando ele vê uma criança dançar, sua criança interior sofre. Sua criança interior foi, de alguma forma, impedida de dançar — talvez pelos pais, pelos mais velhos, talvez por ele mesmo, porque era respeitável, honrado. Ele foi levado à presença dos vizinhos e apresentado: "Olhem que criança mais quieta, calma, silenciosa. Não atrapalha, não faz travessuras." O ego dele era massageado. De qualquer forma, ele saiu perdendo. Agora não suporta mais isso, não consegue tolerar essa criança. Na verdade, é a sua infância não vivida que começa a doer. Deixou uma ferida. E quantas feridas você está carregando? Milhares de feridas ainda doem, pois quanta coisa você deixou de viver?



Seja a favor da vida. Vida é sinônimo de Deus. Você pode esquecer a palavra "Deus" — a vida é Deus. Viva com reverência, com grande respeito e gratidão. Você não conquistou esta vida: ela é um mero presente do além. Sinta-se grato e reverente. Abocanhe o máximo que puder, mastigue bem e digira tudo muito bem. E desfrute a vida de todas as maneiras possíveis — viva o bom e o ruim, o doce e o amargo, o escuro e o claro, o inverno e o verão. Viva todas as dualidades. Não tenha medo da experiência: quanto mais experiência você tiver, mais integrado ficará.



Quando você encontrar um amigo, encontre-o de fato. Sabe-se lá... Talvez nunca mais volte a encontrá-lo. Então vai se arrepender. E, assim, esse passado insatisfeito vai assombrá-lo, cobrando aquilo que você queria ter dito e não disse. Existem pessoas que querem dizer "eu te amo" a alguém, esperam anos por isso e acabam não dizendo. E a outra pessoa pode um dia morrer e elas vão chorar e se lamentar: "Eu queria ter dito a ela que a amava, mas não disse."



Sempre que tiver um sonho, anote-o. Esse sonho mostra o que você está deixando de viver na realidade. O homem que vive na realidade faz com que seus sonhos comecem a desaparecer. Não existe nada para ele sonhar. Na hora em que vai dormir, ele põe fim ao trabalho do dia. Ele se desliga. Não sobra nada para levar para os sonhos.



O medo da morte não é o medo da morte, é o medo de não se sentir realizado. Você vai morrer e descobrir que não experimentou nada, absolutamente nada, ao longo da vida — nenhuma maturidade, nenhum crescimento, nenhum desabrochar. Você chegou de mãos vazias e está partindo de mãos vazias. Esse é o medo.




Créditos: Osho
(extraído do livro: "Faça o seu coração vibrar")
Imagem: google.com

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