domingo, 2 de setembro de 2012

Como sincronizar sua atividade cerebral com a de outras pessoas

Quando você e seus amigos estão rindo juntos de uma boa piada, não são apenas as suas risadas que estão sincronizadas: suas atividades cerebrais também.

Um estudo da Universidade Aalto e do Centro Turku PET na Finlândia descobriu que quando as pessoas compartilham qualquer forte estado emocional, seus corpos e cérebros processam de maneira similar; eles sincronizam.

Ao analisar os cérebros de participantes através de ressonância magnética enquanto eles assistiam vídeos agradáveis, desagradáveis e neutros, os pesquisadores notaram que sentir emoções fortes desagradáveis sincroniza as redes cerebrais de processamento de emoção nas regiões frontal e linha média do cérebro das pessoas. Já os eventos altamente excitantes sincronizam a atividade cerebral das pessoas nas redes de apoio, atenção, visão e tato.

Rindo, chorando, bocejando junto

Não é novidade que as pessoas compartilham emoções e que elas são contagiantes. Quem nunca riu só de observar outra pessoa rindo? Ou bocejou só de perceber alguém abrindo a boca (ou porque leu a palavra “bocejar”)?

Em muitos casos, os cientistas não sabem explicar porque esses atos são contagiosos, como o bocejo.

Bocejar pode não ser de todo emocional, mas é o mais contagioso de todos: além de ser impossível impedir um adulto de bocejar ao ver outro bocejando, nossa tendência a bocejar por ver os outros é maior se estivermos em um círculo de amigos íntimos (e não desconhecidos). Até os animais passam por isso.

O riso e o choro são as emoções mais amplamente compartilhadas. Ver expressões emocionais nos outros, como sorrisos, muitas vezes desencadeia uma resposta emocional correspondente no observador.

Segundo o professor Lauri Nummenmaa, da Universidade Aalto, compartilhar estados emocionais dos outros nos dá um quadro somatossensorial e neural que facilita a compreensão das intenções e ações dos outros.

Isso quer dizer que, quando as pessoas “sincronizam” a atividade cerebral diante de uma situação emocional, isso permite que elas entendam melhor as emoções dos outros, tenham empatia uma pela outra. Essa sincronização automática promove a interação social e processos de grupo.

“Esses resultados podem aprofundar nossa compreensão dos transtornos mentais que envolvem processamento sócio-emocional anormal”, diz Nummenmaa.

Mas esses efeitos “sincronizados” podem ter um lado ruim. Um estudo anterior da Universidade do Sudeste da Califórnia (EUA) já havia alertado que movimentos síncronos podem levar a uma espécie de harmonia mental inconsciente.

Sejam casais deslizando por um salão ou soldados marchando em conjunto em um desfile, há algo no movimento em sincronia que nos faz sentir conectados com os outros (como sugeriu o novo estudo), e que pode nos levar a querer pensar da maneira que eles pensam. Apesar de “conexão mental” não ser, necessariamente, algo ruim, pode acabar substituindo nossas inclinações naturais e julgamento inicial, e nos deixar mais propensos a seguir ordens.






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Imagens: google.com


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