sábado, 6 de outubro de 2012

Caminho espiritual, quarto passo – "O auto-conhecimento"

Toda ciência ocidental tem optado pelo lado material terrestre, pelo invólucro das coisas, sem prestar atenção ao seu interior. Mesmo ao estudar o homem, primamos pelo exame superficial do corpo e não compreendemos que somos o centro de tudo, e em nosso interior se guardam os segredos do Infinito e do Absoluto.

O auto-conhecimento a que me refiro não é, portanto o conhecimento do nosso corpo e da matéria de que é feito, porém, o exame profundo do nosso “Eu”.

Com as três chaves anteriores – Vigilância, Intenção e Sentimento – podemos começar o nosso exame interior. O segredo está, como já disse, em não fazer esforço, em observar-se.

Lamentamos que nosso mundo se degrada aos poucos, e também que nós aceitemos o azáfama exterior como a atividade mais importante. Porém, os profundos conhecedores de si mesmos jamais serão dominados.

O auto-conhecimento através da auto-vigilância é um ato intencional que nos levará ao profundo sentimento de amor para conosco, primeiro passo para poder estender esse amor aos outros e ao infinito.

Pensas que seja difícil observar-se. Pensas em concentração. Pensas que precisas de um Guru para orientar vossa meditação.

Vou mostrar-te o quanto é fácil, usando um sistema que veio do oriente e cujo “roubo” os Yogues perdoam pela utilidade que trouxe – a psicanálise, o sofá do psiquiatra.

Se você tem um problema, uma neurose, um recalque, ou outro desajustamento qualquer? Deitas no divã. Solta a tramela interior. Caminha de fato em fato até que toques no fato o qual, jogado ao seu mundo interior oculto, fora do seu controle, recalcado e esquecido que causou os malefícios dos quais você se queixa. Tão logo você encontre a causa e a aceites, sem críticas, sem condenar ou aprovar, eis que o problema todo se esfuma como que por encanto. Isto os psiquiatras sabem fazer. Você pode fazer essa vigilância, sempre que tiver problemas, frustrações, conflitos, e eles sumirão. O psiquiatra, no entanto, não entende a causa de tal milagre. Explicarei: o seu “Eu” é um conjunto de véus ou vestes que são seus preconceitos, recalques, hábitos, costumes, condicionamentos, egoísmos, ambições ou desejos. Toda vez que você identificar um desses véus, ele cai por terra e conseguirás ver mais para dentro de si mesmo.

Com o psiquiatra, chegarás apenas ao ponto em que permaneces nos condicionamentos de vosso ambiente, ou seja, com os véus que todos seus vizinhos também possuem. Se você trabalhar por conta própria e examinar um a um os véus dos desejos, ambições, condicionamentos, preconceitos, Sem Esforço, irá jogando-os fora, um a um, até que esteja só Você frente a Você mesmo.

Pensas que esse fato seria aterrador?

Muitos assim disseram, e eu o tenho ouvido amiúde. Garanto a você que isso se deve à falta de compreensão. Se você compreender o objetivo do auto-conhecimento sem “egolatria”; se perceber esse auto-libertar-se sem egoísmo, sem a busca do poder absoluto “Eu”; se assim libertar-tes dos véus, atingireis em breve as três chaves que se seguem.

Enquanto seguires as ditas Sociedades Secretas em busca de perpetuação do vosso “Eu”, em busca do poder e da riqueza, enquanto aceitares as chaves secretas para o vosso benefício, faltar-vos-á um véu a eliminar, o véu do egoísmo. Com ele não chegareis à intuição, ao amor universal nem à Verdade. Você perderá seu precioso tempo e nada terá a não ser o vazio da decepção.

Enquanto seguires as religiões em busca da salvação pessoal, egoísta, como passagem para o Além, tereis que nascer e renascer muitas vezes para poder libertar um dia do último véu o “Eu” profundo que se anulará na Integração Universal.

Lembrai-vos bem: o auto-conhecimento é sem esforço e só pode ser feito por vós mesmos. O auto-conhecimento liberta. Na medida em que adquires conhecimento, ficarás mais leves, pois livres dos véus ficarás.

Boa reflexão!



Mensgem de: Mestre Praxedes
Imagens: google.com

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