Tudo aquilo que está na sombra é o que nos mantém separados da luz que somos e de nossos irmãos e constitui a Ilusão da Separatividade.
Se considerarmos que os padrões mentais, pensamentos e o verbo criam realidades; ficar repetindo as mesmas frases, pensamentos, os mesmos erros, só nos prende mais e mais nos ciclos reencarnatórios, na roda do Samsara... Enquanto a Consciência é mais que isso, mais que situações que se repetem, ela vai além, muito além, há níveis em que nos damos conta de que somos pura luz. Então, por que ficar recriando o que já conhecemos? Por que não explorar o muito que temos a conhecer sobre nós mesmos? Por que não parar de ficar bancando o bonzinho? Por que não mostrar a verdadeira face? Por que não deixar cair as máscaras? Por que não descortinar os véus que nos separam da verdadeira essência do que somos e de nossos irmãos?
Como romper este véu da separatividade? O autoconhecimento é a resposta.
Tomemos por base os ensinamentos do Mestre Jesus que nos alerta para apresentarmos a outra face, a nossa sombra. Notem que ele não diz para você virar o rosto e apanhar mais, isto já seria uma negação do mandamento "ama ao teu próximo como a ti mesmo", ele nos fala da outa face da luz, a sombra. E foi isso que fez no templo dos vendilhões. Ele não entrou manso e amoroso; Ele mostrou o limite, o basta... Ele não foi conivente e, segundo os relatos dos seus apóstolos, Ele incorporou a ira, a sombra de toda a luz que ele aportava naquele momento. Não dá para ancorar a mansuetude e o amor incondicional sem ter conhecido a própria ira.
O Mestre também disse: "Ama ao teu próximo como a ti mesmo".
Quer dizer ame-se primeiro, descubra primeiro o Amor em Si. Seja primeiro. Se você não estiver inteiro, como poderá servir ao outro e, com sua Presença, facilitar que o outro "Seja"? Que o outro se torne inteiro?
Qualquer crença que enfatize que o homem deve primeiramente pensar nos outros antes de pensar em si, por si só já é negação do ensinamento do Mestre, indicando sub-servilismo e sub-serviência. E onde fica a alteridade do Ser que só se entrega sem pensar em si mesmo?
Temos vários exemplos de serviço abnegado no planeta: Irmã Dulce, Madre Tereza, São Francisco, Amma, Sai Baba e tantos outros. Mas antes eles pensaram em si e tendo encontrado em Si todo o Amor de Deus o compartilharam com o mundo. Primeiro, conheceram a si próprios, e somente na inteireza do autoconhecimento compartilharam sua luz, compaixão e amor incondicional com o mundo. Primeiro, sentiram Deus em si mesmos, para só então compartilhar o sentimento e a compreensão de Deus com o mundo.
Não se pode sair se entregando sem antes ter integrado nas próprias células: o amor, a caridade, a inteireza, o sentimento e a compreensão de D_us.
A bondade e a benevolência que estes Seres compartilham com o mundo nasce de um sentimento genuíno de estarem habitado por D_us, e por estarem conectado a fonte e tendo a percepção da interconectividade entre todos os seres criados; o compartilhamento, a aceitação, a compaixão, a incondicionalidade e o servir abnegado são apenas consequências.
O caminho para aportar mais da luz do Ser é o autoconhecimento, através da auto-análise e auto-reflexão, não há atalhos; níveis de Consciência não fazem parte da lista de bens de consumo espirituais, não se compra na pastelaria ou em cursos. Sem a auto-análise e sem a auto-reflexão, não se chega à transformação.
Lembrando o adágio encontrado no Oráculo de Delfos: "Homem conhece a ti mesmo". O segredo para a evolução é o conhecer-se, acolher suas sombras e iluminá-las, integrá-las. Entendendo como sombra tudo aquilo que vemos nos outros e não reconhecemos em nós, que desconhecemos em nós; o outro é o espelho mais cristalino para nos mostrar o nosso reflexo. Insisto na busca de ajuda terapêutica transpessoal para este caminhar, pois em muitos momentos nos deparamos com partes horríveis de nós mesmos, partes que precisam de um olhar, uma escuta, um acolhimento incondicional e um terapeuta pode ser esta Presença, a Presença que vai despertar a Presença em nós.
É chegado o momento de perceber se seguimos inteiros ou fragmentados na jornada, pois a crise da fragmentação é a causadora de todas as moléstias humanas, de todo derramamento sangue neste Sagrado Planeta com as brigas, guerras santas, cruzadas, inquisição; e até os nossos dias ainda mata com ideologias, disputas por recursos naturais, terras e etc.
Enquanto vivermos na ilusão da separatividade, não haverá a compreensão de que a Pátria do homem é o Planeta e o Universo, assim como o é também os corações de todos os seres criados. Existem ainda muitas crenças pessoais e coletivas que separam o humano desta compreensão de que Deus está em todas as criações, e que todos estamos interconectados.
Mas, se tivermos vontade e coragem de exercer esta vontade para encararmos as nossas sombras. conseguiremos romper estes véus (crenças) e sair dos ciclos de eventos que se repetem daquilo que pensamos ser a vida, expandiremos nossas Consciências para além e receberemos ajuda para dissolver todas as ilusões que criamos.
Vivemos um momento de Graça em que todas as hostes Cósmicas estão disponíveis para nos auxiliar a dissolver estes véus que nos fazem separados de nossos irmãos.
Cada um que por si decide expandir sua consciência para além do pequeno eu e tem a coragem de reconhecer e integrar suas sombras, e se abre para ser tocado pelo Eu Sou, jamais fica o mesmo. Adquire compreensão de sua responsabilidade consigo mesmo, com seu próximo, com sua comunidade, com o Planeta e o Universo. Compreensão de que suas palavras, sentimentos, emoções e ações interferem na Terra e as vibrações da Terra reverberam para outras dimensões.
Que possamos nos abrir mais e mais para sermos habitados pelo Absoluto, que cada vez mais e mais pessoas tenham coragem de encarar suas sombras e rasgar os véus que os separam de seus irmãos e de Deus.
Homem conhece a ti mesmo... E conhecerás o Universo, preceberás que não estás só e nem separado das estrelas e galáxias.
In Lak´Ech
Eu Sou o Outro Você!
Por: Mônica T. Lampe - Somos todos Um
Imagens: google.com
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