sexta-feira, 29 de abril de 2011

● Síndrome da perfeição

E eu fiquei me lembrando de mim e de um monte de gente que eu conheço que tem mania de querer ser perfeito em tudo e, pior, achar que tudo ao seu redor tem que ter a mesma perfeição.

Eu já venho a algumas semanas falando sobre pessoas que vivem reclamando de tudo. Pois bem, isso também ocorre com quem tem síndrome de perfeição. Tem um escritor de quem gosto muito, Hammed (antes que perguntem, ele já está do lado de lá e psicografa pelo Francisco do Espírito Santo Neto), que tem um livro bacana intitulado Renovando Atitudes. Nele, há um capítulo dedicado ao perfeccionismo. Ele já começa a narrativa dele com a seguinte pérola:

"As tendências ao perfeccionismo têm raízes profundas e escondidas revelando, às vezes, um grande medo indefinido e oculto. A diferença principal entre um indivíduo saudável e o perfeccionista é que o primeiro controla sua própria vida, enquanto o segundo é controlado sistematicamente por sua compulsão pertinaz. (...)

Por exemplo, se começam a apontar um lápis, levam o objeto à destruição em alguns minutos, pela busca milimétrica de perfeição. Outros sintomas ou sinais mais comuns: certas pessoas são obcecadas em dispor as coisas simetricamente, de modo que não fiquem um centímetro fora do lugar.

Quanto mais verificam, mais querem checar e mais têm dúvidas. Os perfeccionistas necessitam ser impecáveis, respondem a todas as perguntas, mesmo àquelas que não sabem corretamente.

Por possuírem desordens psíquicas, buscam incessantemente controlar a ordem exterior, vigiando os comportamentos alheios como verdadeiros juízes da moral e dos costumes".

Pois é. Quem tem síndrome de querer ser perfeito enrosca a sua vida da pior forma possível. Isso fica mais sério quando a pessoa está em crise consigo mesma. Sim, porque quem é perfeccionista já é uma pessoa que não se gosta, não se aceita, é rígido consigo mesmo e, automaticamente, sai refletindo isso no mundo que lhe cerca. E ai, a gente começa a reclamar de tudo que tá no entorno: o lugar onde moro não presta, a cidade onde moro é isso, as pessoas são aquilo, o jeito que fulano faz algo tá errado, ou seja, eu começo a ficar controlando o que está fora e esqueço de olhar o principal: o motivo interno que está gerando a minha insastifação comigo mesmo e, consecutivamente, com o mundo.

Porque, meu caro ou minha cara, é fácil cobrar coerência das atitudes dos outros. Difícil é a gente aprender a ser coerente conosco mesmo.
É fácil dizer que o outro é isso ou aquilo. Difícil é eu reconhecer as minhas próprias mazelas internas, encará-las e querer assumí-las e mudá-las.
É fácil dizer o que os outros devem ou não fazer. Difícil é a gente fazer o que deve.

Portanto, faço um alerta (para mim inicialmente, pois sou a primeira a ler o que escrevo) e para quem mais ler essas mal traçadas linhas: se você anda reclamando demais do que lhe cerca e julgando demais as pessoas do seu entorno, tá na hora de olhar pra si mesmo e procurar em si próprio as incoerências que estão lhe incomodando.

Não há acasos na nossa vida, mas sim apenas reflexos das nossas próprias atitudes e escolhas.

Com a mesma rigidez com que conduzimos nossa vida e a nós mesmos, vamos tentar conduzir o que nos cerca. A vida é feita de aprendizados, erros e acertos (por mais que a gente não goste muito dessa parte de erros). Busquemos ser o melhor que pudermos aprendendo a entender os ciclos da vida no nosso interior e ao nosso redor.

Espero, sinceramente, que sua semana possa ser mais leve pra você e pra quem lhe cerca.


Fonte: http://mudandoavistadoponto.blogspot.com/
Imagens: google.com


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