A vida é uma continuidade de experiências e acontecimentos... Um processo, “ad eternum”... Quantas vezes já ouvimos de pessoas mais velhas uma afirmação do tipo “... se eu soubesse o que sei hoje quando tinha meus 25 anos, minha vida teria sido diferente ...”
Por que só temos essa consciência, de que agiríamos de outras formas em determinadas situações somente quando chegamos num certo nível de maturidade?
Talvez porque só depois de tantas experiências mal ou bem sucedidas é que adquirimos a clareza e sabedoria de olharmos a vida como um processo ... como uma seqüência de estágios onde é mandatória a hierarquia das fases. Como por exemplo, quando observamos uma criança se desenvolver, e acompanhamos seu engatinhar, depois suas tentativas de ficar em pé, e logo em seguida ela se sente apta a dar seus primeiros passos. Fase após fase, esse pequeno individuo vai adquirindo mais e mais habilidades que o levam há um dia dar seus primeiros passos, sozinho.
Essa mesma rotina de sentir a necessidade de ir alem, testar as forças e habilidades que se tem no momento, experimentar novas possibilidades, definir um novo padrão de comportamento, e dar consistência a esse novo padrão, esta sempre presente em cada fase que sentimos necessidade de viver durante o nosso ciclo de evolução.
Porém, nem todos nós estamos conscientemente preparados para sairmos de um estagio e passarmos ao seguinte. Porque alguns de nós fazem essas mudanças de forma mais leve e outros nunca se sentem prontos para isso?
O que impede uma pessoa de mudar? O que dificulta ou facilita sair de um estado de desenvolvimento e ir a outro acima?
Quantos de nós já paramos para observar o quanto já mudamos? Ou o quanto de transformações já fizemos em nós?
Afinal ... é preciso mesmo mudar? Se transformar? Qual seria sua resposta diante desta questão?
Mudar implica em transformar ... Implica em sair de um ponto A e ir para um ponto B!
Se a situação que vivemos já não nos deixa feliz, ou não nos traz satisfação, então é bem provável que seja o momento de pensar no que queremos no lugar dessa situação. Sair do ponto A e escolher um ponto B.
Mas é possível ir para um estagio acima ou diferente mantendo-se exatamente da mesma forma anterior?
Quando o bebê quer dar seus primeiros passos ele terá de usar os mesmos padrões de seqüência musculares que esta usando enquanto esta engatinhando? Ele não tem consciência ainda para analisar o que ele precisou usar e que já estava pronto dentro de si para sair da situação do engatinhar para o “ficar em pé”, porém ele deixou de engatinhar e conseguiu ficar em pé. Ele mudou o padrão e saiu de um estágio e foi para outro diferente.
Essa é a questão! De tempos em tempos, nós sentimos a necessidade de sair de uma fase e ir para outra, porém quando somos adultos e mais racionais e emocionais acabamos muitas vezes nos “fixando” em determinadas situações que já não nos trazem bons resultados, no entanto temos dificuldades em operar a mudança. Temos dificuldades em nos transformar, em abandonar o ponto A e ir para um ponto B.
O que nos prende numa situação que não nos deixa mais feliz? Talvez um “certo conforto” faça-nos mantermos numa situação onde não estamos ganhando nada, porém não nos arriscamos em perder nada também.
Seguindo essa lógica de pensamento, além dessa “zona de conforto” que possivelmente nos mantêm no ponto A, chegamos à outra questão, que são as perdas, ou desapegos, de coisas ou sentimentos ou pessoas que teremos que abrir mão pois já não são mais necessárias ou úteis no ponto B.
O quanto então, nos tornamos “vitimas” de nós próprios quando queremos manter sob nosso controle coisas que conquistamos em outro estágio de vida mas que ainda queremos ter por perto mesmo sabendo que não são mais tão importantes nessa nova fase ou numa nova situação?
Podemos enxergar esse comportamento como auto-sabotagem ou como um ego controlador, ambos irão manter a pessoa no mesmo lugar, e dificultar a mudança.
Abandonar um comportamento, se desapegar de uma situação ou pessoa, deixar de ser o que é para ser diferente, implica em sentir necessidade, em ter coragem, em vencer os medos e os riscos da mudança.
Portanto, quantos de nós de fato, queremos conscientemente abrir mão de um estágio, uma fase, uma situação já plenamente vivida ou já ultrapassada e ir à busca de outra que com certeza vai ofertar uma nova visão ou novas possibilidades ou um resultado diferente?
Mudanças requerem além da necessidade em si, a responsabilidade e determinação em ir à busca dos próprios objetivos. Mudanças pedem coragem para se desvencilhar do que está fácil e prático e desenvolver padrões novos, diferentes, que implicam em vencer nossos medos diante do que ainda não esta bem delineado, ou é incerto.
Mudanças são comumente olhadas como ameaçadoras e arriscadas. Porém, o que seria de nós se quando nossa fisiologia nos impulsionou a ir “ficar em pé” e nós por medo ou conforto tivéssemos ficado apenas engatinhando pelo chão?
Teríamos chegado ao nível de evolução que temos hoje? Estaríamos experimentando cada um de nós, as conquistas que já obtivemos?
Riscos são necessários em qualquer situação onde os resultados já não são satisfatórios. E a mudança é a condição necessária ao desenvolvimento e ao alcance dos nossos objetivos e nossos sonhos!
Assim, o que você acha de sonhar mais... arriscar mais... e mudar sempre?
Por: Vera Queiroz
Imagens: google.com
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