sábado, 7 de julho de 2012

Minha felicidade só depende de mim


Muitos casais mantêm relacionamentos indesejáveis, destrutivos e até doentios por medo da solidão. Homens e mulheres preferem continuar com parceiros que não os satisfazem mais por não saberem como, por exemplo, enfrentar um fim de semana sem alguém como companhia, ou dormir sem antes escutar um “eu te amo!” mesmo sabendo que esta frase já não é mais sincera. Algumas vezes, alimentamos estes relacionamentos, pois o amor que sentimos por nós mesmos não basta e precisamos de alguém que reforce o quanto somos bons, admiráveis e que merecemos carinho. A solidão e o abandono apavoram muitas pessoas. Ex: “Já não nos amamos, mas não suportarei que você me deixe”.

Precisamos trocar o amor de necessidade, pelo amor de desejo. Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso, o que é muito diferente. Conforme vamos nos autoconhecendo passamos a perder este constante medo da solidão, aprendemos a conviver melhor com nós mesmos, a nos bastar, estabelecemos um diálogo interno e passamos a valorizar estes momentos. É melhor estar sozinha do que com alguém que não amamos, ou que não nos faz bem.

Devemos valorizar relações de companheirismo, respeito, parceria e alegria. E não, de dependência e possessividade, onde um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar. Quem espera encontrar a felicidade na companhia de outra pessoa, nunca estará suficientemente satisfeito. Somente encontrando a paz e serenidade dentro de nós conseguimos o tão esperado bem estar. Caso contrário, haverá sempre o medo do abandono, a dependência e a vontade de agradar ao outro, antes de agradar a nós mesmos.

Como diz o médico psicoterapeuta, Flávio Gikovate “O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e estamos fadados a encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos. Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher. Ela abandona suas características, para se amalgamar ao projeto masculino.”

Vamos buscar a individualidade, temos que ser inteiros e não frações em busca de uma metade que nos complete. Até porque, quem responsabiliza o outro pela própria felicidade acaba se contentando com pessoas com quem não se identificam apenas para não estarem sozinhas e infelizes. Um relacionamento onde não existe individualidade, definitivamente, não é um relacionamento saudável. Na solidão, entendemos que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro de nós mesmos, e não a partir do outro.

Muitas pessoas vivem em função do seu “amado”, aceitam o medo de serem deixadas e fazem o que for necessário para agradar, esquecendo seus próprios valores e desejos. Pessoas que acham que não aguentarão ficar sozinhas, caso seus parceiros as deixem e, se isso acontece, agarram-se no primeiro que aparecer para este então curar o sentimento de abandono que o outro deixou. Traumas de infância relacionados a sentimentos de abandono costumam causar este medo em alguns indivíduos. A criança que fomos um dia, ainda mora em nossos corações e representa uma importante parte de nós. Os psicoterapeutas que valorizam essa idéia a chamam de criança interior.

Quando pequenos necessitamos muito de aprovação e proteção, acontecimentos que para os pais não tem muita relevância para uma criança pode transformar-se numa dor inconsciente e não curada. Ex: O filho esperar muito tempo os pais irem buscá-lo na escola ou creche. Uma criança com 5,6 anos pode sentir uma sensação abandono, já que todos os seus amiguinhos já foram pegos e seus pais ainda não chegaram.

Nossa criança interior guarda experiências afetivas vivias no passado. Dores não cuidadas da nossa infância tomam conta de nossa consciência de forma sombria. Nossa criança grita e nosso adulto se cala.




Fonte: http://quandomeconheci.wordpress.com/tag/individualidade/

Imagens: google.com

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