Namoro há um ano e meio. Mas de um tempo pra cá, comecei a achar defeitos nele. Fico guardando tudo isso pra mim. Um desses defeitos é falar em tom de voz mais alterado. O que faço?
"Em geral, as pessoas numa discussão costumam usar a terceira pessoa: Você é um grosso! , dizem sem pensar que isso certamente funcionará como o estopim para uma série de acusações mútuas" Resposta: Se você quer ser ouvida precisa, num primeiro momento, repensar sua avaliação sobre seu namorado.
Você diz que ele tem "defeitos". Será que não fica mais leve trocar a palavra "defeitos" por "características pessoais"?
Sim, porque se você usa a palavra "defeitos", já parte de uma avaliação negativa. E quem vai falar sobre algo já tendo uma avaliação negativa preconcebida, certamente alterará o tom de voz ou fará com que o outro o altere.
Agora, se você for falar sobre as características pessoais dele e mostrar como algumas dessas características enriquecem a relação, enquanto outras a empobrecem... a conversa poderá tomar um rumo diferente.
É importante entender que nem todas as pessoas são suficientemente elaboradas para falar sobre si mesmas; nem todas se conhecem o suficiente e nem todas gostam de discutir a relação.
Discuta a relação sem atritos
O passo seguinte, portanto, é avaliar se vale a pena falar e, principalmente como você deve falar. Em geral, as pessoas numa discussão costumam usar a terceira pessoa: "Você é um grosso!", dizem sem pensar que isso certamente funcionará como o estopim para uma série de acusações mútuas.
O ideal, nessa situação, é usar a primeira pessoa, mostrando como você se sente. "Estou me sentindo desrespeitada com esse seu jeito de falar", pode abrir um espaço maior para reflexão, uma vez que falando de você, você não o obriga a reagir para se defender.
Observar a reação da pessoa com quem você fala também é importante. Se sentir que a pessoa resiste depois das primeiras colocações, não vale a pena continuar. Ninguém ouvirá aquilo que não quer ouvi. Nesse caso, talvez uma outra tentativa de diálogo valha a pena: o diálogo não verbal. Se você, após uma ofensa, agir como se nada tivesse acontecido, certamente estará contribuindo para a manutenção de um comportamento ofensivo por parte dele.
Por outro lado, ficar sem abrir a boca, ficar calada, fria, e criar um peso na relação por algum tempo, poderá criar uma situação mais adequada para que ele pense e avalie o que fez. E se depois de algum tempo ele perguntar por que você está assim, evite o celebre "não foi nada"; aproveite a pergunta dele para falar. Afinal, quem faz uma pergunta, está um pouco mais disponível para ouvir uma resposta do que quem nada fala.
Os conflitos de um relacionamento também podem estar ligados a diferenças nas características pessoais dos envolvidos. Quando isso ocorre é sempre melhor, como já foi dito, você tentar mudar alguns comportamentos seus do que ficar esperando que o outro mude. Sim, porque provavelmente o que atrapalha a relação não se resume a uma característica de seu namorado. Envolve também seu modo de reagir a essa característica . Vamos supor que seu namorado seja caseiro e você goste de passear. Se você apenas reclamar que vocês nunca saem, nunca se divertem e ficar insistindo nesse ponto, certamente essas características se transformarão num eterno conflito que poderá ocupar o centro da relação. Agora se você, já sabendo dessas diferenças, tentar sair com suas amigas, passear no shopping, fizer seus cursos individualmente, você se sentirá preenchida com suas atividades e, ficar com ele em casa, não será tão torturante.
Num relacionamento amoroso diferenças sempre existirão. E é extremamente importante, para o bom andamento da relação, que cada um dos envolvidos saiba reconhecer o diferente e procurar a melhor forma de inseri-lo em sua vida pessoal. Afinal, diferentes formas de olhar para as mesmas coisas em geral enriquecem, diversificam e mobilizam a vida a dois.
Por: Anette Lewin
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