Muitas pessoas passam a vida acreditando que enquanto não encontrarem essa tal metade, não podem ser inteiramente felizes, completamente realizadas ou que sua existência jamais fará pleno sentido.
Isso não é exatamente uma verdade. O fato é que amar é um privilégio e uma oportunidade maravilhosa de nos tornarmos pessoas mais evoluídas e satisfeitas. Mas somos seres absolutamente completos. Nascemos dotados de todas as ferramentas que precisamos para sermos felizes, independentemente de com quem estamos, onde e quando estamos...
A felicidade é uma escolha pessoal, um dom que desabrocha de dentro de cada um, um exercício diário, uma busca que se faz só. Viemos ao mundo para uma missão que só pode ser realizada por nós mesmos e por isso nascemos únicos, singulares e individuais.
As pessoas com quem nos relacionamos, as que escolhemos para amar são nossas companheiras de jornada, são presentes e facilitadores que Deus nos enviou para tornar nossa caminhada mais leve e prazerosa. Mas não são, nunca, de forma alguma, a nossa felicidade, a nossa realização, a essência de nossa vida.
Percebo que, muitas vezes, entorpecidos por um sentimento genuíno de amor, confundimos o que somos com o que o outro é. Atribuímos a nossa felicidade e a nossa razão de existir ao outro e perdemos a referência de nosso real valor.
Assim, passamos a acreditar que sem o outro não poderíamos nos sentir tão bem, que sem o outro toda a beleza e toda a alegria estariam perdidas, como se tudo de bom (e de ruim também) não existisse – antes de em qualquer outro lugar – dentro de nós mesmos!
É isso: tudo o que somos, sentimos e vemos, tudo o que entendemos como mundo é reflexo do que temos dentro da gente. Assim, se somos felizes ao lado de alguém que amamos é porque nos tornamos capazes de sentir felicidade e de amar. E se somos tristes e insatisfeitos, também é porque estamos exercendo nossa capacidade de sentir tristeza e de não nos satisfazermos com o que temos.
Dessa forma, creio que está mais do que na hora de compreendermos que podemos, sim, nos tornar melhores através do amor que trocamos com alguém, mas que não é o outro que nos faz melhores e sim nós mesmos que nos permitimos crescer e ser melhor.
Ninguém é de ninguém porque não somos coisas. Somos pessoas e pessoas são eternamente ímpares. É o que cultivamos e alimentamos em nós que nos faz ser como somos. A única pessoa que temos e por quem realmente somos responsáveis é a gente mesmo.
Portanto, sugiro que você comece a se apropriar de sua felicidade como mérito seu, assim como de suas tristezas e insatisfações. E a partir de então, poderá abrir mão das pessoas, desapegar-se, compreender que o amor que você sente por alguém não torna esse alguém seu, mas apenas um companheiro de aprendizagem e de importantes descobertas.
E na mesma medida, poderá exercer todos os seus dons e suas capacidades a fim de tornar a sua vida e a das pessoas que caminharem ao seu lado pela longa estrada da vida muito melhor, mais inteira e, sem dúvida, mais verdadeira!
Rosana Braga
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