A primeira questão a se admitir é que, embora haja muitos tipos e circunstâncias que envolvem a traição, esta parece impor gde sofrimento aos envolvidos, em especial, à pessoa traída. Muitos são os pensamentos raivosos que ocorrem nessa hora, porém precisamos pensar um pouco a respeito de como queremos e achamos que devemos lidar com essa situação.
São várias as considerações que podem ser feitas para não corrermos o risco de “pecar” pela sempre tão pobre generalização. A maneira como se reage a essas situações depende de incontáveis fatores que vão desde como a traição foi revelada ou descoberta, conversas sobre os sentimentos envolvidos, o desejo de permanecer na nova relação, o repertório comportamental, até ao caráter dos envolvidos.
Na visão clássica, muitas vezes míope, é de que há uma relação feliz, com os alicerces no lugar, com a comunicação fluindo livremente e que, derepente como por encanto, cai o céu (ou inferno) alguém com poderes mágicos para roubar esse homem ou essa mulher e destruir a felicidade que supostamente estava reinando.
”Antes de tomar qualquer decisão, se estiver vivendo essa tão sofrida situação, pense e tente superar p que o padrão necessariamente espera de vc”
Na esmagadora maioria das vezes, não é bem assim que as coisas acontecem. Para começar são muitos os tipos de motivações que envolvem a traição e a título de ilustração, vou tentar relacionar alguns clássicos.
Traição corriqueira:
É aquela que o envolvimento com outra pessoa foi ocasionado por ocasionado por uma circunstância qualquer, sem nenhum envolvimento afetivo ou de elo de comunicação posterior. O ex. é o do homem que viaja a trabalho e, longe de casa, sai para uma “night” tentando preencher e viver uma experiência singular, Ele volta para casa apaixonado por sua mulher/namorada e o fato, a menos que seja revelado, não parece alterar em nada a dinâmica da relação.
Traição corriqueira em série:
É aquela que ocorre sistematicamente e que, por não haver envolvimento emocional, muitas vezes nem é considerada por alguns como traição e sim como uma farrinha. Como ocorre com freqüência, dificilmente a parceira demora a descobrir e geralmente, qdo isso acontece, há brigas violentas, mas muita dificuldade em optar pela separação.
O ser humano, qdo em situação de rejeição real ou imaginária, tende a sofrer um abalo forte na auto-estima e, conseqüentemente, na capacidade de reações sensatas e adequadas. A traição corriqueira, normalmente se sustenta na crença, ainda hoje muito disseminada, de que homens são assim mesmo e que desde que respeitem suas famílias e não se apaixonem não há nenhum problema.
Outros homens tendem a compartilhar com esse pensamento e meninos já bem novinhos se sentem meio bobões se não se comportam dessa forma com suas namoradas.
Esse tipo de traição não significa necessariamente que o casal esteja vivendo uma crise ou mesmo tendo uma relação esvaziada ou desinteressante. Normalmente faz parte do sistema de crenças do homem médio.
Traição com importante envolvimento emocional
Aí as coisas começam a ficar mais difíceis. Qdo um casal, apesar de junto, está vivendo uma relação já muito desgastada ou mesmo desconstruída, pode surgir forte envolvimento emocional com outro alguém. Se isso acontece, a pessoa pode se ver num dilema entre o amor que agora sente e o casamento ou a relação estável que não quer ou teme perder. Normalmente tentam conciliar as duas relações e uma acaba alimentando a outra. O casamento (já desgastado) nunca chega a ficar insuportável porque a pessoa apaixonada está feliz e, portanto, mais tolerante, além evidentemente, existir o sentimento de culpa.
Podem durar anos, décadas e todos conhecemos casos famosos que duraram uma vida inteira. Desenvolve-se vida dupla e qdo descoberto gera gde crise pessoal e familiar. Não se pode deixar de mencionar que, muitas vezes, ao invés da vida dupla as pessoas conseguem ser sincera e assumir de frente a situação.
Traição por baixa auto-estima:
Típico de pessoas que precisam estar o tempo todo tendo a sensação de que são atraentes e que podem seduzir quem quiserem a qualquer momento. Essas pessoas pouco pensam no outro, parecem estar mais interessadas em sua sensação de poder pessoal e magnetismo. Muitas vezes escondem um medo horrendo de perder e serem traídos.
Traição por necessidade do novo:
Praticado por pessoas que não conseguem se manter sensibilizados por muito tempo com o mesmo estímulo. Estão sempre buscando situações novas e migrando de relação em relação. São condenados a uma busca incessante e frustrada porque não há nada que o tempo não se torne conhecido e habitual. Essas pessoas acabam ficando sozinhos e deprimidos.
Traição como manobra de ponte
Às vezes, as pessoas já infelizes em suas relações não se sentem com coragem de enfrentar o medo de terminar com tudo e constroem paixões que as ajudam a migrar para a separação. Uma vez feito o movimento, a paixão termina. Parece já ter cumprido sua função.
É importante que procuremos sempre fugir das reações esperadas em determinadas situações. A traição tem que ser punida com o fim da relação e ponto final? Não importa se o amor ainda existe, se a relação é rica e sincera? Parece haver uma máxima de que quem ama não trai. O ser humano é bem mais falho do que isso e, muitas vezes, na longa estrada amorosa há momentos onde crises acontecem e muitas podem ser superadas, trazendo até, em alguns casos, uma reformulação nas bases do casamento com vistas a melhorias visíveis na qualidade de vida a dois e no sentimento de felicidade.
Antes de tomar qualquer decisão, se estiver vivendo essa tão sofrida situação, pense e tente superar o que o padrão necessariamente espera de você. Avalie bem e tente, com calma, ter coragem e discernimento para decidir o que fazer. Em alguns casos, ponderar e superar. Em outros, ter a coragem de abandonar aquilo que traz sempre dor, mesmo que implique em sofrimento grande e enfrentamento de seu maior medo.
Traição é um dos temas mais complicados e que faz com que muitas pessoas não entendam o porquê da traição no relacionamento. A pergunta mais freqüente é “por que estar em um relacionamento se tem necessidade de trair?”
O perfil da pessoa que trai não é definido por um único padrão de comportamento. Existem as pessoas que traem uma vez, se sentem culpadas e com a consciência pesada e nunca mais cometem o mesmo erro. Algumas vão continuar traindo até serem descobertos e outras fazem da traição um estilo de vida.
Para saber como lidar com um parceiro que trai é importante, antes de qualquer coisa, saber em qual perfil ele se encaixa. Se for do tipo que vai repetir esse comportamento sempre, então você precisará refletir o quanto a palavra “me desculpe” dele(a)é confiável.
A 1ª pergunta a ser feita é se você conhece bem o seu parceiro. Só com uma resposta afirmativa é que você será capaz de assumir que foi um erro que não acontecerá novamente. Para isso considere a sinceridade da pessoa qdo pedir reconciliação. Você não pode ir até ele; espere que ele venha até você.
Mesmo sabendo que ele não fará de novo, você deve fazer a 2ª pergunta que é se você consegue viver com o conhecimento da traição.
Ninguém espera que você consiga esquecer, mas sim que você seja capaz de perdoar. Caso contrário, seu relacionamento vai se tornar em um ciclo baseado em desconfiança, vingança e raiva, o que mais cedo ou mais tarde poderá destruir o relacionamento. A partir do momento que disser que vai perdoar, você tem que mostrar isso, porque, caso contrário, seu parceiro vai entender que ele causou algo irreversível para o relacionamento.
A partir do perdão e da escolha da continuidade do relacionamento, saiba que sua relação parecerá de volta ao passo um.
Você precisa ter garantia e certeza que as condições que causaram ou permitiram a traição estão erradicadas do seu relacionamento. Por exemplo:
A pessoa com a qual seu parceiro te traiu deverá estar fora do cenário, ou seja, sem amizades, encontros, qualquer tipo de contato.
Entenda de maneira profunda o que causou a traição. Pode ter começado em sites pornôs ou com conversas muito íntimas com alguém em específico ou pela falta da sua presença qdo seu(parceiro mais precisava). Não importa o motivo, mas a raiz deve ser descoberta, discutida e trabalhada. As coisas nunca mais serão as mesmas, mas com um pouco de esforço dos dois, o relacionamento poderá ser muito bom.
O melhor cenário para uma reconciliação é a situação na que quem traiu confessa o erro sem ter sido descoberto ou ao menos indagado. Nesse caso, seu parceiro se sentiu culpado depois do ato e quer sua confiança de volta, prefere te contar a deixar que você descubra. Na maioria dos casos pode ter ocorrido porque ele está completamente frustrado com sua vida.
É fácil acreditar que a pessoa que traiu, traiu ela mesma antes de qualquer outra pessoa porque ela perdeu a habilidade de aproveitar um relacionamento. No entanto, muitos traidores arruinam vidas por causa da sua fraqueza. Sempre alguém mais paga pelos erros da pessoa que traiu.
O pior cenário envolve uma pessoa que trai por motivos egoístas. Apesar de justificar seus atos com desvios psicológicos, traidores habituais vão destruir emocionalmente a vida de muitas pessoas. Eles vão arrasar famílias ao partirem para outras relações antes de terminar a atual. Essas pessoas se tornam pesadelos. Todos deveriam ter a capacidade de reconhecer e tomar cuidado extra ao esbarrar com alguém assim. Infelizmente, elas tendem a ser extremamente afetivas e mostrar decepção quando descobertas. Sem surpresas, essas são as pessoas mais difíceis de abandonar.
TRAIÇÃO A NÓS MESMOS
Sim, quando pensamos em qual deve ser a maior das traições, certamente esquecemos, em nossa busca de uma traição a nós mesmos... A traição a nós mesmos que é a traição ao nosso próprio eu!
A traição que nos conduz à escravidão na condição de submissão para nós dizermos sim quando não desejamos dizer nada mais do que um, simples, não...
A traição que nos fez e faz perder a criança que devemos, sempre, manter dentro de nós e que nos deixa apenas máscaras artificiais com um sorriso maquiado e enlatado...
A traição que não nos permite mais "viajar" ao redor de nós mesmos e do mundo onde vivemos e do qual devemos participar, mais plena e prazerosamente, mesmo que, para realizarmos essa viagem, tenhamos, apenas e tão somente, um pequenino barco de papel, fruto de nossa fantasia e imaginação...
A traição que nos fez e faz perder a individualidade e a singularidade nos fazendo abandonar a sensibilidade e a intuição que poderiam ser o diferencial entre vivermos uma vida de plenitude e de felicidade e vivermos uma outra, vazia e frustrante, que está integrada ao simples ato vegetativo de viver...
A traição que nos conduz a pensar que somos pó ou uma simples poeira que o vento há de levar e que tenta nos fazer renunciar ao que almejamos, sufocando dentro de nós mesmos o que desejamos e sonhamos alcançar, porque nos faz, muitas vezes, esquecer a magia do viver e do amar...
A traição de tantas e tantas infidelidades não a outros mas a nós mesmos, sempre procurando disfarçar e ocultar as evidências e as realidades sentidas e vividas, calando sobre tantas coisas, quando não o desejamos, porque o que queremos, realmente, é falar...
A traição de aceitarmos a nulidade e a eliminação de nossos desejos sob tantos pretextos e justificativas, que passam a ser portas fechadas que obstruem a entrada de nossos corações, tantas e tantas vezes, sufocando no nascimento, novas realidades e um novo amor que começamos a desejar e querer...
A traição que nos levou e nos leva a usar uma máscara constante, um invólucro, com uma embalagem de papel celofane e brilhante, como que a tentar proteger ou esconder tudo que de real existe em nosso ser...
A traição que nos faz não darmos, a nós mesmos, novas chances e oportunidades para buscarmos novos momentos de felicidade...
A traição que nos tenta conduzir a não escolher o nosso próprio caminho, nos fazendo ignorar que, não importa o caminho percorrido e trilhado, sempre há e haverá um ponto de partida e de chegada...
A traição que nos levou e nos leva a deixar que alguém nos maltrate, mediante mil pretextos e razões ou que, também, nos humilhe em função de nossa, real ou aparente, omissão, covardia ou passividade...
A traição que deixou e deixa, as pessoas em nossa volta, definirem, arbitrariamente, quem devemos ser, nos impondo supostos limites que nada mais são do que um questionamento relativo a nossa capacidade e ao nosso potencial...
A traição que se torna uma permissão e um aval para que nos separem das nossas fantasias, das nossas alegrias e dos nossos desejos e sonhos...
A traição que nos conduziu e conduz a usarmos os nossos corpos como um imenso cemitério floral, preparado para enterrar as nossas dores emocionais e os nossos traumas existências, quando não, para nele sepultarmos aquele imenso vazio que nos fizeram aceitar...
A traição que nos cega a visão e nos fez e nos faz não estarmos atentos, ao sopro de nossas vontades, nos conduzindo a fuga e a não nos arrojarmos a procura de novos caminhos e novas chances, sob o peso de antigas verdades e conceitos, já ultrapassados e desgastados, que tanto atrapalham o nosso ser e o nosso viver...
Sim e a máxima das traições é aquela que nos faz esquecer que, cada um de nós, é único e é um ser maravilhoso, que não tem e nunca deverá ter o direito de desistir e de não dar os passos necessários e fundamentais, em direção a maior das realidades sobre a Terra: A VIDA, E O VIVER!
Para algumas pessoas que me procuram para uma Reprogramação de Vida, se faz necessário praticar o Exercício do Perdão. São incapazes de agir por conta própria. A maldade está tão forte em suas vidas que nada dá certo. São verdadeiros vetores de energia negativa. Quanto mais o tempo passa, menos as coisas dão certo, há mais ódio no coração e total ausência de felicidade.
É, portanto, nosso Livre-Arbítrio se conservarmos qualquer dor e qualquer sentimento negativo. Não podemos, desta forma, responsabilizar terceiros pelos nossos fracassos, pelos insucessos e ausência de felicidade.
Desgraça atrai desgraça. Dor atrai dor, a não ser que nossa mente acabe com este ciclo vicioso.
Repito: não adianta responsabilizar terceiros pelas coisas ruins que acontecem em nossa vida. Nós aceitamos por comodidade, conforto, impotência, submissão...
A felicidade é construída por nós.
Por: Saul Brandalise Jr - Stum
Imagens: google.com
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