segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Os sentimentos como norteadores do caminho

Estamos constantemente em busca de compreender o mundo externo e a vida, acreditando ser possível modificá-los a partir da nossa visão unilateral composta pelas crenças e valores individuais. Geralmente a nossa postura é a de valorizar apenas os aspectos externos às nossas vivências através da maneira pela qual as interpretamos, o que vem nos afastando cada vez mais do que realmente necessitamos fazer para alcançar o equilíbrio.

Conhecer nosso mundo interior, aceitando a ideia de que apenas nós podemos modificar e transformar, é o caminho a ser percorrido. Para isso devemos nos ater às nossas emoções e sentimentos. As relações humanas ainda são permeadas por muitos mistérios causando conflitos oriundos da dificuldade de nos confrontarmos com o que realmente somos e não com o que procuramos provar, na ânsia de sermos aceitos a qualquer custo.

O que ocorre de fato é que, cada vez mais, percebemos as rápidas mudanças de valores, conceitos e crenças nos indivíduos, gerando um desconforto interno pelo conflito em admitir o que realmente sentimos.

Cada indivíduo possui um sistema de crenças e valores e, ao se deparar com as diferenças entre seus pares, seja na família, no grupo de trabalho e na sociedade em geral, despertarmos para a forte tendência ao julgamento e a crítica, querendo que nossas expectativas sejam atendidas, fundamentadas no critério de que o melhor, o mais correto, o mais inteligente o mais sensato é o que parte apenas de nós mesmos. É quando percebemos as distorções produzindo as dúvidas sobre o que é o bem e o mal, o certo e o errado, o falso e o verdadeiro.

A partir das próprias experiências, o indivíduo vai formando a sua verdade fazendo dela seu guia e senhor nas relações com o mundo. Essa atitude proporciona uma visão limitada que desfavorece o crescimento pessoal e espiritual por nos colocar numa posição inflexível diante dos fatos e situações em que a visão do outro não corresponde com a nossa. Nessa falta de abertura para aceitar o diferente, temos atitudes que nos geram desconforto e angústia porque normalmente estão ancoradas na ideia de que o diferente é o errado, o feio, o mal, o injusto, o falso e assim por diante.

Para não ser classificado dessa maneira o indivíduo finge que aceita o que lhe é imposto pelas regras e valores externos sem considerar o seu real sentimento, dizendo ‘sim’ quando quer dizer ‘não’ e ‘não’ quando quer dizer ‘sim’, anulando o que tem de mais precioso, a sua individualidade. Acredita que assim irá atender a necessidade de ser aceito, estar sempre certo, ser visto como bom e justo. Mas como não é saudável sustentar essa ideia por muito tempo, começa a sentir-se incomodado sem identificar a causa, é quando podemos dizer que aparece um sinal de que algo precisa mudar, mas mudar o que? Mudar quem? Primeiro acreditamos que é mudar o outro e ficamos um longo tempo nessa tentativa até que percebemos que esse não é o caminho, porque cada experiência leva ao estabelecimento de significados e esses diferem de pessoa para pessoa.

Cada um se constitui de uma unicidade, é um ser integral, original e é na própria experiência que se diferencia, pois o que é determinante não é a situação em si, mas o que se faz com ela.

Passamos a questionar se estamos errando ao fazer uma escolha, como devemos ser, o que é agir de modo correto. Cada indivíduo tem a sua própria maneira de perceber o mundo ao seu redor, simplesmente pelo fato de ser único e estar em graus diferentes na escala evolutiva.

O que sentimos a respeito de qualquer coisa reflete a nossa história, nosso desenvolvimento, nossas influências passadas, nosso estado presente e o nosso potencial futuro. Aprender sobre os nossos sentimentos cria a possibilidade de agirmos no mundo com mais consciência a partir do pressuposto de que eles são a linguagem que a alma usa para se comunicar conosco.

A maneira pela qual sempre podemos ser o melhor de nós mesmos, com abertura e liberdade é entrar em contato com os nossos sentimentos. Entender o mundo através do nosso aparato intelectual não é a mesma coisa que sentir esse mundo, assim como entender os costumes de um país diferente do nosso através de leituras, é diferente de viver nele. O sentimento expressa a capacidade do ser humano de conhecer, de compreender, de identificar as emoções que o acompanham em sua existência. Quando os sentimentos se encontram sob o comando de uma vontade pura, constituem instrumentos valiosos para dar ao indivíduo um equilíbrio que o conduzirá aos seus objetivos com maior consciência, ética e valorização dos meios, tornando nossa existência leve ou pesada, dependendo do direcionamento que damos ao sentimento.

Os sentimentos nos informam se o que estamos vivenciando é ameaçador, doloroso, nos dá prazer, alegria, tristeza ou indignação. Eles nos tornam humanos quando constatamos e compreendemos que todos são guiados por eles, eliminando a crença de melhor ou pior, superior ou inferior.

Quando cada um assume a responsabilidade por seus sentimentos, identificando-os apenas como resultado das suas crenças e valores, assume também a responsabilidade pelo mundo ao seu redor.

A falta de consciência sobre o verdadeiro significado dos nossos sentimentos, é determinante para a real falta de consciência da vida. Eles são a manifestação mais direta da nossa percepção. Ao utilizarmos apenas as palavras para descrever aquilo que percebemos, estamos tentando evitar nossos sentimentos, mais do que experimentá-los.

Para viver o mundo real é necessário mergulhar com autenticidade em nossos sentimentos. Então pare, respire fundo e identifique: O que você está sentindo agora? Vá mais fundo e fique atento aos sentimentos vividos por você ao longo de cada dia. Com essa auto-observação constante, você cria condições de um autoconhecimento real. Assim fica mais fácil a descoberta sobre quais caminhos seguir para encontrar a tão desejada felicidade.

Autoria desconhecida
Recebido por e-mail


Imagens: google.com


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