Quantas vezes já ouvi esse tipo de colocação em sessão terapêutica. E sinto muito em dizer que a maioria das pessoas se sente assim: Trabalham porque precisam, mas como se isso não bastasse, além da obrigação de ter que trabalhar para se sustentar, também se sentem limitadas e sem valor.
Claro que muitas vezes, de fato, o momento é difícil. Por exemplo, quando as empresas têm que enfrentar uma crise mundial que repercute em todas as áreas... Mas quando nos sentimos valorizados pelo que fazemos, qualquer peso fica mais fácil de carregar. Ainda que a pessoa tenha que encarar um longo dia de trabalho, se ela se sente recompensada, tudo muda de figura.
Sei que a maioria de nós, ao longo do caminho profissional, já se perguntou porque seguiu esse rumo e não gostou das respostas.
Pode ser que você seja uma dessas pessoas que escolheu a profissão muito cedo porque era hora de começar a trabalhar e, na verdade, tinha outros planos que adiou e agora fica difícil voltar. Outros ainda podem ter simplesmente se deixado levar por uma oportunidade e hoje vêem que fizeram uma escolha equivocada.
Questionar a vida faz parte do nosso crescimento como ser humano, pois, afinal, viemos para essa vida para aprender.
Assim, não é errado entrar nesses questionamentos. O que é desagradável é deixar passar o desgosto e ir empurrando com a barriga as coisas negativas que sentimos, para resolver num momento depois que nunca é encarado. Por que agir assim? Por que ter medo de responder às perguntas que brotam do coração?
Se a crise do mundo externo pesa em nós o que diríamos da crise interna? Será que podemos ou devemos deixar nossas inquietações de lado porque não temos respostas que nos agradem?
Muitas vezes, uma mudança naturalmente exigirá de nós uma série de sacrifícios. Mas nos sentir bem com nossos caminhos vale qualquer preço. Até o de encarar que a melhor resposta nos sinaliza que, apesar de não estarmos completamente felizes, fazendo o que fazemos, isto é o melhor que o momento pode oferecer.
Muitos de nós passamos mais tempo no trabalho do que com a família ou fazendo algo do seu gosto e é por isso que devemos encontrar um ponto de equilíbrio entre o que fazemos e o que gostamos de fazer. Às vezes, em algum momento, precisamos fazer concessões. Precisamos encontrar alegria em algo aparentemente sem graça.
Se, por acaso, não nos damos bem com nossos colegas precisamos nos perguntar por que. E tenho certeza que se a resposta for que são todos uns chatos ou mal intencionados, precisamos averiguar nossos valores porque, se assim for, o que você está vibrando para estar exatamente aí onde está? Por que sua vida profissional seguiu este rumo?
Mas, amigo, não se culpe. Algumas situações são kármicas, e não necessariamente negativas. Em alguns momentos de nossas vidas, precisamos trocar energias, aprender com essas pessoas que hoje fazem parte do seu mundo. Havia, então, onde você está um aprendizado, uma necessidade de perdão, de entendimento e de aceitação.
Ao longo da minha experiência como terapeuta e sensitiva, entendi que existem muitos resgates importantes acontecendo na vida profissional das pessoas e que ninguém é exatamente do mal nem do bem. As pessoas ao nosso redor não são culpadas da nossa desgraça, nós é que precisamos mudar.
Assim sendo, tenha coragem de analisar seu caminho e suas escolhas e lembre-se que fazer cursos e mais cursos sem saber para onde isso tudo está o levando, também de nada adianta. É como encher um carro de bagagem sem saber para onde ir.
Se sua vida está difícil e o ambiente complicado faça um exercício de perdão envolvendo a todos e tenha a coragem de mergulhar numa auto-análise profissional para descobrir se seus desejos podem ser realizados no mundo objetivo ou se são apenas miragens sem consistência ou uma espécie de sonho para aliviar a carga que você não quer carregar. E seja qual for a resposta que você encontrar, sempre lembre que para tudo há uma cura. Basta ter coragem de enfrentar seus próprios fantasmas...
Por: Maria Silvia Orlovas
Imagens: google.com
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