"É mais fácil suportar a morte sem pensar nela do que suportar o pensamento da morte sem morrer"
(Blaise Pascal)
A vida no planeta Terra é um início, um meio e um fim. Dessa forma, nós, ocidentais, somos condicionados a acreditar. E assim, experenciando por mais tempo o "meio" de nossa trajetória vital, nos dirigimos para o temido "fim", a morte.
A fatalidade da morte é marcante em nossa cultura ocidental, porque nos prendemos muito a valores materialistas que ditam regras de comportamento e de crescimento pessoal baseado no que possuímos em termos de bens materiais.
Com essa mentalidade e envolvidos em nossos afazeres diários, tentamos esquecer a morte porque no fundo a desconhecemos e a tememos. Na verdade, a morte nos provoca pavor, comoção, revolta e incredulidade... e os sentimentos ficam à flor da pele.
Nesse momento, quantos de nós passam pela dolorosa experiência de ter perdido um ente querido ou um amigo? Quantos mais encontram-se numa situação em que as suas expectativas de vida estão com tempo reduzido em decorrência de uma doença em fase terminal?
Para adquirirmos uma melhor compreensão da morte, precisamos encará-la com naturalidade, ou seja, da mesma forma como encaramos o nascimento, porta de entrada do espírito que chega em novo corpo físico para mais uma etapa de convívio e de aprendizados na sua caminhada evolutiva.
A "morte", portanto, nada mais é que uma passagem de fase - e não um fim - no ciclo de reencarnações do espírito imortal. Nascimento e morte fazem partem dos ciclos da natureza hominal e universal, porque na natureza tudo se renova.
Depois de um rigoroso inverno, quando a natureza se recolhe, não temos a primavera onde a mesma natureza torna-se exuberante e repleta de vida?
A melhor forma de entendermos e aceitarmos a morte, é pela linha natural da vida inserida em seu ciclo reencarnatório. Linha que tem como referência as Leis Naturais que trazemos internalizadas em nossas consciências, mas que precisam ser acessadas pelo mecanismo do autoconhecimento.
O ceticismo, reflexos da descrença, da dúvida e da revolta diante do trauma da morte, pode ser gradualmente substituído pela opção da fé raciocinada em relação ao estudo e compreensão do processo "início-meio-fim" da experiência vital.
O simples fato de aceitarmos a morte pela fé fortalecida nas evidências da razão, da lógica e do bom senso, já é um significativo avanço para aquele que, revoltado, desconhece que pela orientação do livre arbítrio e pelas Leis da Reencarnação, nos tornamos os únicos responsáveis pelos nossos atos na trajetória vital. Atos que pela Lei de Causa e Efeito, influenciam decisivamente nos acontecimentos da vida atual e futura.
Mortes prematuras e súbitas, tragédias coletivas, doenças em fase terminal, entre outras situações que provocam comoção, medo ou revolta, fazem parte da natureza humana ainda imperfeita.
No entanto, somos seres despreparados para enfrentar a morte entendida como sendo uma separação física ou uma perda irreparável. Desconhecemos que essa separação seja apenas transitória e que represente uma viagem de retorno do indivíduo à sua condição anterior ao renascimento, a qual possui a significação de sua verdadeira identidade diante do universo.
Seja na situação vital em que estivermos, nunca é tarde para adquirirmos uma melhor compreensão daquilo que muitos denominam "fim". O medo da morte só termina quando atingimos uma visão ampla e esclarecedora de seu significado no contexto natural da vida.
Para compreender a morte, precisamos alterar o que de origem foi dividido e aceito por nós como uma verdade absoluta, ou seja, o "início, meio e fim" do processo vital, substituído pela visão de um todo indivizível que representa o indivíduo em sua integridade bio-psico-socio-espiritual.
A partir dessa compreensão-visão assimilada como uma verdade incontestavel, associada à firmeza interior gerada pela fé fortalecida na razão e na prática do bem, estaremos mais preparados para encarar a passagem de fase com naturalidade e consciência tranquila.
O Espiritismo, sempre uma fonte de consulta, informa-nos no livro "Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita", em seu tópico sobre a desencarnação, um resumo do estado do espírito por ocasião da morte súbita ou natural. É o que veremos a seguir.
O estado de espírito por ocasião da morte pode ser assim resumido: tanto maior é a perturbação, quanto mais lento for o desprendimento do espírito; a presteza deste desprendimento está na razão direta do adiantamento moral do espírito; para o espírito desmaterializado, de consciência pura, a morte é qual um sono breve, isento de agonia e cujo despertar é suave.
A morte irá refletir a suprema culminação, o clímax de toda sua vida. De uma forma condensada, é tudo que você viveu.
Dessa maneira somente algumas poucas pessoas no mundo morrem naturalmente porque somente algumas poucas pessoas vivem naturalmente.
Nossos condicionamentos não nos permitem sermos naturais. (Osho)
Palavras de: Flavio Bastos (STUM)
Imagens: google.com
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A morte é um mistério de Deus, mas acredito que não é o fim...=)
ResponderExcluirSentimos e choramos a morte das pessoas queridas porque não queríamos nos afastar delas e nem deixar de ter contato...Sentir o carinho, o amor, o conselho...Mas creio que esse é um pensamento totalmente humano e egoísta, pois aquela pessoa amada pode estar em um lugar muito melhor, melhor que nós, mas a nossa ignorância nos impede de pensar que isso seja possível...
Perdi muita gente que amava demais, e agi igual a todo mundo...
Bom fim de semana
Bjs