domingo, 10 de agosto de 2014

Pais controladores, filhos inseguros

Insegurança, fraca autoestima e autoconfiança em baixo. Estas são apenas algumas das consequências de um controle excessivo por parte dos pais. Quisemos saber porque o fazem e quais os verdadeiros riscos, a longo prazo, deste comportamento tão usual nos dias de hoje.

Já não aguentas mais ter os teus pais a chatearem-te a cabeça, a controlarem tudo o que fazes. Calma, os pais são assim mesmo. Se na tua casa reinasse a mais perfeita paz e tranquilidade e não houvesse ninguém para te fazer perder o juízo, os teus pais não seriam teus pais. Seriam extraterrestres. Para conseguires evitar os constantes desentendimentos que acontecem em tua casa, tens que aprender a conquistar a tua independência aos poucos.

O pior é que, por muito que tentemos explicar isto aos nossos pais, parece que não lhes entra na cabeça! Tudo bem, nós sabemos que só fazem o que fazem porque têm a certeza que é o melhor para nós... E pensando bem, até tem uma certa lógica: eles têm mais experiência de vida...

Com as justificativas mais variadas ("Eu sei o que é melhor para ti, meu filho" ou "O meu filho não vai precisar passar por tudo o que eu passei"), tentam controlar o presente e o futuro da prole como uma forma de resolver as próprias frustrações e/ou realizar os seus sonhos.

Dão opiniões em tudo: a roupa que devemos vestir, a forma como devemos cortar o cabelo, o tipo de profissão que devemos escolher, enfim, tudo! Mas é a gota de água quando começam a tecer comentários à nossa cara-metade. Aí não é que já se torna difícil aguentar a ingerência! (mas, se pensares bem, quantas vezes não fizeste, também tu, comentários não solicitados a questões mais ou menos pessoais da vida dos teus pais...)

O facto é que estamos no século XXI e essa história de relações aprovadas pela família já não pega! E se com um(a) namorado(a) chato(a) podemos nós bem, em relação aos pais a coisa muda de figura. Não aprovar o namoro do(a) filho(a) sem sequer "investir" um tempinho para conhecer essa pessoa que o(a) faz tão feliz não está certo!

É por essas e por outras que apresentar algum(a) namorado(a) aos teus pais é um "atrofio". Ficas tu e fica o(a) namorado(a) com medo da reacção deles. Tens que tentar entender. Para eles, não passas de um bebezinho que nunca vai crescer. É difícil para eles saberem que terão que te dividir com outras pessoas. Mostra-lhes que não os trocaste por ninguém, demonstra o teu carinho. E de vez em quando, leva o(a) teu(ua) namorado(a) a um desses programas familiares.

Esta situação é difícil, mas a melhor coisa a fazer é dialogar, conversar com os teus pais, ser honesto(a) e dizer sempre a verdade. Procura deixar bem claro que gostas dessa pessoa e que queres namorar a sério, que não é só farra. Diz-lhes também que lhes queres apresentar a questão, que não queres esconder nada.

Mas o(a) teu(ua) namorado(a) tem de ajudar, afinal de contas ele(a) não vai querer namorar com uma pessoa cujos os pais não o(a) deixam nem sair de casa. Mas tens que conversar com ele(a) e, se gostar de ti de verdade, vai estar ao teu lado, podes ter certeza.

Assim, ele(a) só tem de se aproximar dos teus pais e conquistar a sua confiança mostrando-se uma pessoa educada, simpática e com boas intenções; é claro que não se recomendam "cenas escaldantes" pelos cantos da casa pois se alguém vê, é a "morte do artista".... A situação poderá ficar complicada.

Se mesmo assim, os teus pais não gostarem da idéia do namoro, mas se vocês gostarem realmente um do outro e não se deixarem influenciar, insistam de forma responsável. Verão que há boas probabilidades (é claro que poderão precisar de grandes doses de paciência e persistência) de ficarem juntos e felizes. E os pais podem nem gostar muito, mas terão que respeitar e aceitar porque vocês mostraram que merecem respeito pelo que são e pelo que sentem.

Mas também há o reverso da medalha. Quando se está apaixonado pensa-se que é para sempre. Ah, o amor é lindo! Queremos estar sempre com a pessoa que nos faz sonhar e para isso não nos importamos de viver em função desse amor. Não soa mal, pois não? O pior é que este tipo de relações envolve a família. Outra coisa não seria de esperar... Afinal, se passas a vida em casa da tua cara-metade (e/ou vice-versa) é normal que os pais de ambos sintam que têm algum direito em "ter uma opinião".

Estando tu envolvido neste género de relação tão intensa, imagina que tu ou o(a) teu(ua) namorado(a) decidem acabar o namoro. Tens logo os teus pais a atormentar-te, a dizer que não o devias fazer, que o(a) teu(ua) namorado(a) é a pessoa ideal para ti, blá, blá, blá... Por outro lado, tens a tua "sogra" a telefonar para casa a dizer que o(a) seu(ua) menino(a) está muito triste e a pedir para lá ires a casa... Pois é, não é fácil!

A única coisa que tens a fazer é marcar os limites, deixar bem claro onde é que os pais (e o resto da família; sim, porque toda a gente gosta de meter a sua colherzinha nos assuntos dos outros...) podem e onde não podem interferir. E isso só se consegue se provares, por A mais B, que és responsável e consegues resolver os teus problemas sozinho(a).

Se souberes conversar, se souberes quando avançar e quando recuar, torna-se muito mais fácil conquistar a confiança dos teus pais. Basta não meteres os pés pelas mãos e, sobretudo, não começar a gritar e bater com as portas - Não é por ái! Mostra alguma maturidade e verás que (algum dia) serás tratado(a) como um adulto.

Autoria desconhecida


Imagens: google.com


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