sexta-feira, 10 de junho de 2011

● Faxina ☎ 。 ☠ ∮ ♯ ≈

I - Um certo desconforto não identificado...

Casa limpinha... Carro limpinho... Bom, nem sempre, "né"? :) De qualquer forma, já temos mais do que as noções básicas de higiene pessoal e social. Já sabemos até que pode ser prejudicial acumular tranqueiras no computador; mesmo que não seja muito do nosso estilo, o descarte virou uma rotina necessária. E assim tudo vai bem - mais ou menos asséptico, descontaminado - por fora!

Como será que anda o nosso lado de dentro? Há quanto tempo não tiramos o lixo, não colocamos as coisas no lugar, não damos uma limpada e uma arejada?

É hoje! Coragem! Neste caso, não vai dar pra chamar a faxineira... Se parecer muito desanimador, combine com você alguma compensação gostosa pra depois que terminar (eu vou querer cinema e pizza), e vamos lá - arregaçando as mangas e dispostos a "meter a mão na massa" - mas sem sacanear... Não vale varrer a sujeira pra debaixo do tapete... :)

II - É o caos!!!

Caramba! Nem tínhamos muita certeza de como chegar ao nosso lado de dentro... de onde foi que surgiu tanta bagunça? Sentimentos misturados, realidade desatualizada, progressos não computados, expectativas com data de validade vencida... pilhas de crenças que não servem mais... porcarias de toda a espécie... incluindo coisas dos outros!!! Puxa!... quanta coisa que não é nossa! Será que estivemos servindo como depósito ambulante (pra não dizer lixeira), ou andamos funcionando feito cleptomaníacos de produtos emocionais e psicológicos alheios?

Nota: Fizemos aqui uma "caricatura escrita", forçando o tom das palavras, com o objetivo de ressaltar a importância de verificarmos o que é que temos guardado dentro de nós.

Continuando... Nessa confusão, fica difícil encontrar as coisas positivas, como a tranqüilidade, a segurança, a intuição, o "feeling", o ânimo, a alegria, a paz... Mas está tudo aí e, conforme formos desentulhando esse nosso espaço interno, elas irão aparecendo, prontinhas para entrarem em ação.

Felizmente não precisaremos dos baldes, esfregões ou flanelinhas... Basta um "mouse" virtual, comandado pela nossa vontade, e é só ir clicando no "Deletar"...

III - Vai pra lixeira ou não vai?

Ao encontrarmos mágoas, ressentimentos, planos de vingança, culpa, nem é preciso que paremos pra pensar - é lixo, e dos perigosos. A raiva armazenada também não serve pra mais nada - já virou veneno. A ansiedade, essa é danadinha... Corre lá pra frente e muitas vezes se disfarça em cuidados, em entusiasmo, em "torcida"... mas continua sendo só a velha ansiedade mesmo - aquela que age como droga alucinógena, fazendo com que deixemos o presente para querer viver e atuar num futuro que nem existe... É preciso que aprendamos a identificá-la, para que fiquemos livres dela.

Seguindo em busca dos "deletáveis", um dos "campeões de audiência", que também produz grandes estragos, é o drama. Caímos nele sem perceber... aumentando, exagerando, intensificando, exaltando tudo... Tudo inflamado e passional... (e haja "ites" para designar tantas doenças inflamatórias). Chega a parecer bonito - coisa de gente sensível, "humana" - e por isso é largamente explorado, tanto para o "ibope" pessoal quanto para o sucesso de romances, músicas, novelas, filmes, publicações e programas de qualidade duvidosa, campanhas publicitárias e até campanhas políticas... Deletamos ou não?

Outro desses, que causa muitas controvérsias, é o sonho. Defendido e recomendado até mesmo como "um sentido para a vida", o ato de sonhar acordado pode gerar expectativas e certezas ilusórias. Para a Metafísica atual, esse "sonhar" é o meio mais rapidinho de garantir que o sonho em questão nunca será realizado. Falta a nossa participação efetiva. É diferente de criarmos projetos baseados naquilo que desejamos - e de nos imaginarmos nessa futura situação, realizados - porém conscientes de que, para chegar lá, precisaremos buscar e desenvolver os recursos necessários. Além disso, o sonho pode causar um estado ainda mais nocivo, por condicionarmos nossa felicidade à sua realização: "Quando tal coisa acontecer (emprego, formatura, aumento de salário, compra do carro ou da casa, relacionamento afetivo, viagem, etc.), aí sim, eu serei feliz..." E então? Ele fica, ou vai pra lixeira?

Mais um desses "vilões" travestidos de "bonzinhos" é o "pobre de mim"... Esse é triste! Com ares de humildade e de carência, geralmente encobre um orgulho endurecido e distorcivo - alimentado por ressentimentos que chegam ao ódio - gerando desconfianças, desamor, afastamento, incapacidade de nos compreendermos e de vermos claramente aquilo que está ocorrendo conosco, sem falar do sentimento "eterno" de rejeição e frustração.

É interessante como incorporamos esse "coitado", que é dito a torto e a direito, até como um carinho! (Coitado deste, coitada daquela, coitado de você, "tadinha" de mim!!!). Se já não é bom quando usado para os outros, é pior quando usado pra nós mesmos... Essa auto-piedade, aparentando proteção, leva à desvalorização e à negação da responsabilidade pessoal nos acontecimentos. Por conseqüência, impossibilita o desenvolvimento do verdadeiro auto-apoio e nos deixa bem longe de exercermos o poder transformador em nossas próprias vidas... Xôôôôô!!!...coitado!

Outra "figurinha carimbada": a supermãe. Não é exclusividade das mulheres, como pode parecer, e nem está relacionada apenas a filhos (já crescidos o suficiente para tomarem conta de si mesmos). A "supermãe" é a postura que adotamos quando queremos controlar, interferir, proteger, direcionar, garantir, defender. Fica bem claro que, sempre que ela "ataca", alguém está sendo invadido - ao mesmo tempo em que interesses pessoais estão sendo deixados de lado, enquanto nos ocupamos em "cuidar" da vida dos outros.

Pode acontecer, também, de agirmos como supermães em relação ao trabalho, aos negócios, aos projetos... Seja como for, para a Metafísica atual agimos assim por medo da vida, querendo impedir o seu fluxo, fixados na idéia do "mal". Dessa maneira, não desenvolvemos a confiança, a fé positiva, e nos tornamos menos receptivos a tudo que chamamos de "bem". Continuaremos mantendo a supermãe prestigiada?

Ufa! Quanta tranqueira! E ainda há muitas outras coisas pra se jogar fora... Contudo, por hoje está de bom tamanho, que ninguém é de ferro, "né"? :)

Brincamos um pouquinho, imaginando um "mouse" virtual que pudesse "deletar" tudo aquilo que nos atrapalha - sabemos que não é tão simples. Mas já é um bom começo identificarmos essas presenças nocivas em nós. Demos crédito a elas, quem sabe por quanto tempo, e assim as alimentamos e fortalecemos. Da mesma forma, podemos agora escolher novas idéias, novas maneiras de agir - um novo jeito de nos relacionarmos com os outros, com o mundo, com a vida e conosco - sentindo um profundo e gostoso bem-estar, que se traduz na conquista do prazer em viver. Que tal? Vale um clique no "Atualizar"?


Palavras de Ana Maria Prandato
Imagens google.com
Fonte
http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=22310526&tid=5451801434732507904


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