terça-feira, 17 de junho de 2014

Como ensinamos um filho a se corromper

O Nosso Eu verdadeiro, está constantemente sofrendo influências do ambiente social.. Parte das influencias é positiva, porque sustenta o Eu, a outra é negativa, porque nãoreconhece e não o sustenta.Quando a influência é positiva, significa que está de acordo com os anseios da Alma e com o temperamento com a natureza da pessoa. A influência negativa refere-se a certos procedimentos e atitudes sociais vistos como um bem, mas que na verdade, são antinaturais e perversos, ou seja desprovidos de Luz. Nós aprendemos que aquilo que não é natural é um bem, isto é, trata-se de um mal disfarçado, mascarado de bem.

Em suma, por um lado a sociedade aprova e aplaude, e por outro nosso temperamento não. Quando nosso Consciente percebe que fez alguma coisa inadequada ele reage. Assim, quando a influência negativa entra na gente, reagimos e a reaçãose mostra por meio de sintomas, doenças, vida dramática. isto é, ela mostra. Ela faz a consciencia perceber.

Um exemplo para elucidar o tema:

Joãozinho está brincando tranquilo com seu brinquedo, e Mateus, seu irmãozinho, com ele. Mateus deixa o seu brinquedo e resolve que quer o de Joãozinho. Joãozinho diz que não vai dar porque é seu. Mateus insiste e quer porque quer. Ele não tem o direito ao brinquedo de Joãozinho. Ante a negação do irmão, Mateus, na sua tendência natural, começa a chorar. Todos os fracos agem desta maneira. Usam todas as forças para sobreviver. E o choro aumenta.

Então chega o adulto e diz para Joãozinho. Ele é menor que você coitadinho! Dá o brinquedo para ele... Se Joãozinho aceitar, já está corrompido. Ele foi bom. Joãozinho recebe um elogio pelo fato de ter cedido o brinquedo, sua vaidade cresce e ele tornou-se bom.

A bondade é elogiada na sociedade. A falsa bondade, porém. Ou seja, a fraqueza, a falta de posse é a corrupção do direito, dos valores e das verdades. Joãozinho se vê fortalecido na sua corrupção, então passa a viver de forma corrupta. Ele compreende que isso é funcional. É assim que a sociedade deforma. O que é verdadeiro, o que é bom, parece ruim. Então as pessoas passam a dar seu direito, seu lugar, sua vida, porque é um gesto bonito, premiado, aceito pela sociedade. A sociedade cria os necessitados e, para sobreviverem, justifica-se toda a desonestidade. A desonestidade é incentivada, e muitos que não têm valores, nem fazem esforço, têm mais direitos, às vezes do que aqueles que têm valores. A sociedade corrompe a ordem das coisas. Mas essa corrupção acaba afetando o indivíduo, porque ele ficou contra si, contra sua verdade. Pelo resto da vida ele vai ter choques e conflitos. De um lado está o antinatural, o que a sociedade elogia e aplaude, que parece um bem, mas não é, e do outro o natural, um atributo da Sombra, que vai reagir o conflito.

O entendimento desvirtuado do social não é um bem, porque não faz bem e não gera um bem no outro, pois não se impôs o valor da verdade. A verdade é que, se tem, é porque fez por merecer. Ou seja, não entusiasma quem recebeu, nem tem seu direito por conquista quem deu. É a tal da pena, da dó, da piedade, do vitimismo. Em vez de se procurar entusiasmar a pessoa a desenvolver-se, tira-se de quem tem para dar ao coitadinho. A piedade é uma perversão.

Se a pessoa não trabalhar a tempo de resolver internamente o conflito estabelecido, as consequências, revelam-se em sintomas dos mais variados: todos aqueles provenientes da repressão dos impulsos básicos, culminando com doenças psicossomáticas e uma vida traumática e sem sentido. Ela sente que está sendo rebaixada, que há algo contra a natureza. No confronto entre o social negativo e o natural, o natural sempre vence. Por isso é que a doença não é natural. O sofrimento não é natural. A deterioração do corpo também não é natural. Atingir a idade avançada com saúde é natural. E, morrer saudável é natural.

Se você não seguir o natural, não vai ter o que é seu por direito. Como a saúde, a prosperidade, o amor, a paz, enfim, a realização.

Voltando à nossa historinha, o adulto lúcido diria:

- Não, Mateus, você tem o seu brinquedo e este é do Joãozinho.

Isto é justo. O adulto está ensinando a posse, o valor e a verdade com Luz e não deformados.


Luiz Gasparetto e Lucio Morigi


Imagens: google.com


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