domingo, 17 de fevereiro de 2013

Não fique triste, fique irritado!



A raiva e a tristeza são a mesma coisa. A tristeza é raiva passiva e a raiva é tristeza ativa.

É difícil para uma pessoa triste ficar irritada. Se você conseguir se irritar em vez de ficar triste, sua tristeza desaparecerá imediatamente. Da mesma forma, é muito difícil uma pessoa irritada ficar triste. A tristeza é um antídoto para a raiva.

Em todas as nossas emoções permanece uma polaridade básica - homem e mulher, yin e yang, macho e fêmea. A raiva é um sentimento masculino e a tristeza, um sentimento feminino.

Assim, se você estiver em harmonia com a tristeza, será difícil deslocar-se em direção à raiva, mas eu gostaria que você tentasse. Coloque-a para fora, deixe-a agir. Faça o que for necessário, mas coloque a raiva para fora!

Se você puder oscilar entre a raiva e a tristeza, conseguirá uma transcendência sobre elas e poderá, então, observar os jogos e escaramuças desses dois sentimentos e ir além de ambos.

Mas, primeiro, você precisa se mover com facilidade nesse cenário. Caso contrário, a tendência é que você se entristeça - e isso dificulta a transcendência.

Lembre-se de que quando duas energias opostas são semelhantes - uma é o espelho da outra - é muito fácil se livrar delas. Na medida em que a tristeza e a raiva lutam entre si, acabam se anulando mutuamente - o que o deixa livre para sair desse círculo vicioso.

Mas se houver 70% de tristeza e 30% de raiva, as coisas se tornam muito difíceis porque isso significa que restarão 40% de tristeza e, nesse caso, você não poderá sair da situação com facilidade. Esses 40% ficarão dentro de você.

Essa é uma das leis básicas sobre as energias interiores: deixe as polaridades opostas entrarem em equilíbrio para que você possa escapar despercebido. É como se as pessoas estivessem tão entretidas umas com as outras que nem percebem que você escapuliu.

O importante é transformar isso em um exercício diário - não espere que a raiva ou a tristeza apareçam. Fique irritado diariamente: pule, movimente-se, grite e coloque suas emoções para fora.

Ao conseguir expressar a raiva pela raiva, aparentemente sem motivos, você ficará muito feliz, pois se sentirá livre. Do contrário, mesmo a raiva é controlada pelas situações, não por você. Se não puder fazê-la surgir, como a deixará partir?

No começo pode parecer um pouco estranho, porque você sempre acreditou na teoria de que a raiva é o resultado de um insulto ou da ação de outra pessoa. Isso não é verdade. A raiva sempre esteve lá, esperando por uma "desculpa" para vir à tona.

Por isso, encontre uma desculpa para si mesmo: imagine uma situação que o deixaria louco de raiva. Fale com a parede, xingue, grite, perca a cabeça - a parede logo estará rebatendo cada xingamento. Você tem que trazer a raiva e a tristeza para o mesmo patamar, de maneira que elas se anulem mutuamente. Só então você se sentirá livre.

O filósofo grego Georges Gurdjieff costumava dizer que esse era o caminho do homem "esperto" - colocar as energias internas em tamanho conflito que elas lutem entre si e se anulem, de forma que você possa escapar.


osho
Imagens: google.com


Nenhum comentário:

Postar um comentário