domingo, 29 de junho de 2014

Só é coragem se você tiver medo

Tudo que a gente precisa, vez ou outra, é que a vida nos surpreenda.

É que, quando tudo está parado, quando dias se repetem por meses em uma sequência prevista de fatos, alguma peça se mexa, desorganizando todas as outras.

O novo assusta, desassossega, aperta o estômago e acelera o ritmo cardíaco, e ,como de tudo que nos parece ameaçador, nossa tendência é fugir, poupar nossas energias optando pelo seguro, pelo previsível, pelo que não nos tira o sono.

No entanto, se algo te instiga, te preocupa tanto a ponto de te privar de noites de sono, é porque, de alguma forma, você está vivendo.

Se você está cheio de feridas, significa que foi corajoso o suficiente para se expor a elas ou para continuar vivendo buscando uma forma de sará-las ou de conviver com elas.

Aquele que muito se protege dificilmente será ferido, mas, certamente, pouco terá vivido.

Lembro de uma passagem que me marcou bastante de um filme ao qual assisti há um tempo atrás que dizia: "Só é coragem se você tiver medo".

Não é covardia desistir quando as coisas estão difíceis, estão sugando sua energia e lhe fazendo infeliz. Isso é inteligência.

Covarde, penso eu, é aquele que não se deixa surpreender, não se abre para o novo pelo medo do desconhecido. É quando o medo de sofrer é maior que a coragem de ser feliz.

Meu maior medo, acredite, ainda é o de não sentir medo algum.

Por: Patrícia Pinheiro


Imagens: google.com


terça-feira, 17 de junho de 2014

Como ensinamos um filho a se corromper

O Nosso Eu verdadeiro, está constantemente sofrendo influências do ambiente social.. Parte das influencias é positiva, porque sustenta o Eu, a outra é negativa, porque nãoreconhece e não o sustenta.Quando a influência é positiva, significa que está de acordo com os anseios da Alma e com o temperamento com a natureza da pessoa. A influência negativa refere-se a certos procedimentos e atitudes sociais vistos como um bem, mas que na verdade, são antinaturais e perversos, ou seja desprovidos de Luz. Nós aprendemos que aquilo que não é natural é um bem, isto é, trata-se de um mal disfarçado, mascarado de bem.

Em suma, por um lado a sociedade aprova e aplaude, e por outro nosso temperamento não. Quando nosso Consciente percebe que fez alguma coisa inadequada ele reage. Assim, quando a influência negativa entra na gente, reagimos e a reaçãose mostra por meio de sintomas, doenças, vida dramática. isto é, ela mostra. Ela faz a consciencia perceber.

Um exemplo para elucidar o tema:

Joãozinho está brincando tranquilo com seu brinquedo, e Mateus, seu irmãozinho, com ele. Mateus deixa o seu brinquedo e resolve que quer o de Joãozinho. Joãozinho diz que não vai dar porque é seu. Mateus insiste e quer porque quer. Ele não tem o direito ao brinquedo de Joãozinho. Ante a negação do irmão, Mateus, na sua tendência natural, começa a chorar. Todos os fracos agem desta maneira. Usam todas as forças para sobreviver. E o choro aumenta.

Então chega o adulto e diz para Joãozinho. Ele é menor que você coitadinho! Dá o brinquedo para ele... Se Joãozinho aceitar, já está corrompido. Ele foi bom. Joãozinho recebe um elogio pelo fato de ter cedido o brinquedo, sua vaidade cresce e ele tornou-se bom.

A bondade é elogiada na sociedade. A falsa bondade, porém. Ou seja, a fraqueza, a falta de posse é a corrupção do direito, dos valores e das verdades. Joãozinho se vê fortalecido na sua corrupção, então passa a viver de forma corrupta. Ele compreende que isso é funcional. É assim que a sociedade deforma. O que é verdadeiro, o que é bom, parece ruim. Então as pessoas passam a dar seu direito, seu lugar, sua vida, porque é um gesto bonito, premiado, aceito pela sociedade. A sociedade cria os necessitados e, para sobreviverem, justifica-se toda a desonestidade. A desonestidade é incentivada, e muitos que não têm valores, nem fazem esforço, têm mais direitos, às vezes do que aqueles que têm valores. A sociedade corrompe a ordem das coisas. Mas essa corrupção acaba afetando o indivíduo, porque ele ficou contra si, contra sua verdade. Pelo resto da vida ele vai ter choques e conflitos. De um lado está o antinatural, o que a sociedade elogia e aplaude, que parece um bem, mas não é, e do outro o natural, um atributo da Sombra, que vai reagir o conflito.

O entendimento desvirtuado do social não é um bem, porque não faz bem e não gera um bem no outro, pois não se impôs o valor da verdade. A verdade é que, se tem, é porque fez por merecer. Ou seja, não entusiasma quem recebeu, nem tem seu direito por conquista quem deu. É a tal da pena, da dó, da piedade, do vitimismo. Em vez de se procurar entusiasmar a pessoa a desenvolver-se, tira-se de quem tem para dar ao coitadinho. A piedade é uma perversão.

Se a pessoa não trabalhar a tempo de resolver internamente o conflito estabelecido, as consequências, revelam-se em sintomas dos mais variados: todos aqueles provenientes da repressão dos impulsos básicos, culminando com doenças psicossomáticas e uma vida traumática e sem sentido. Ela sente que está sendo rebaixada, que há algo contra a natureza. No confronto entre o social negativo e o natural, o natural sempre vence. Por isso é que a doença não é natural. O sofrimento não é natural. A deterioração do corpo também não é natural. Atingir a idade avançada com saúde é natural. E, morrer saudável é natural.

Se você não seguir o natural, não vai ter o que é seu por direito. Como a saúde, a prosperidade, o amor, a paz, enfim, a realização.

Voltando à nossa historinha, o adulto lúcido diria:

- Não, Mateus, você tem o seu brinquedo e este é do Joãozinho.

Isto é justo. O adulto está ensinando a posse, o valor e a verdade com Luz e não deformados.


Luiz Gasparetto e Lucio Morigi


Imagens: google.com


segunda-feira, 16 de junho de 2014

Ame a si mesmo e observe

Perguntaram a Osho:
Você pode falar alguma coisa sobre essas belas palavras de Buda:
“Ame a si mesmo e observe – hoje, amanhã, sempre”?
”Ame a si mesmo”...
O amor é o alimento da alma. Assim como a comida é para o corpo, o amor é para a alma. Sem comida o corpo enfraquece, sem amor a alma enfraquece. E nenhum estado, nenhuma igreja e nenhum interesse investido jamais quiseram que as pessoas tivessem almas fortes porque uma pessoa com energia espiritual está fadada a ser rebelde.

O amor lhe faz rebelde, revolucionário. O amor lhe dá asas para voar alto. O amor lhe dá insight nas coisas, assim ninguém pode lhe enganar, lhe explorar, lhe oprimir. E os padres e os políticos só sobrevivem com o seu sangue – eles só sobrevivem na exploração. Eles são parasitas, todos os sacerdotes e todos os políticos.

Para lhe tornar espiritualmente fraco eles descobriram um método seguro, cem por cento garantido, e esse é ensinar a você a não amar a si mesmo – porque se um homem não pode amar a si mesmo ele também não pode amar mais ninguém. O ensinamento é muito ardiloso. Eles dizem: Ame os outros – porque eles sabem que se você não puder amar a si mesmo você não pode amar de maneira nenhuma. Mas eles continuam dizendo: Ame os outros, ame a humanidade, ame a Deus, ame a natureza, ame sua esposa, seu marido, seus filhos e seus pais, mas não ame a si mesmo, porque, segundo eles, amar a si mesmo é egoísta.

Eles condenam o amor-próprio mais do que qualquer outra coisa – e eles fizeram seu ensinamento parecer muito lógico. Eles dizem: Se você amar a si mesmo você se tornará um egoísta, se você amar a si mesmo você se tornará um narcisista. Isso não é verdade. Um homem que ama a si mesmo descobre que não existe nenhum ego nele. É amando os outros sem amar a si próprio, é tentando amar os outros que o ego surge.

O amor nada sabe de dever. Dever é um fardo, uma formalidade. Amor é uma alegria, um compartilhar; o amor é informal. O amante nunca sente que ele fez o bastante; o amante sempre acha que mais é possível. O amante nunca sente, ‘Eu favoreci o outro’. Pelo contrário, ele sente, ‘Devido a que meu amor foi recebido, estou agradecido. O outro me favoreceu por receber meu presente, não o rejeitando’. O homem do dever pensa, ‘Sou mais elevado, espiritual, extraordinário. Vejam como eu sirvo as pessoas’!

Um homem que ama a si mesmo respeita a si mesmo e um homem que ama e respeita a si próprio respeita os outros também, porque ele sabe, ‘Assim como eu sou, os outros também são. Assim como gosto do amor, respeito, dignidade, os outros também gostam’. Ele se torna cônscio de que não somos diferentes, no que diz respeito ao essencial, nós somos um. Estamos debaixo da mesma lei: Aes dhammo sanantano*.

O homem que ama a si mesmo desfruta tanto do amor, se torna tão contente, que o amor começa a transbordar, começa a alcançar os outros. Tem que alcançar! Se você vive o amor, você começa a compartilhá-lo. Você não pode continuar a amar a si mesmo para sempre porque uma coisa ficará absolutamente clara para você: que se amando uma pessoa, você mesmo, é um êxtase tão tremendo e tão belo, tanto mais êxtase está esperando por você se você começar a compartilhar seu amor com muitas pessoas!

Lentamente as ondulações começam a se expandir cada vez mais longe. Você ama outras pessoas; então você começa a amar os animais, os pássaros, as árvores, as pedras. Você pode preencher todo o universo com o seu amor. Um simples indivíduo é suficiente para encher todo o universo com amor, assim como um simples seixo pode encher todo o lago de ondulações – um pequeno seixo.

O homem precisa se tornar um deus. A menos que o homem se torne um deus não poderá haver nenhum preenchimento, nenhum contentamento. Mas como é que você pode se tornar um deus? Seus sacerdotes dizem que você é um pecador. Seus sacerdotes dizem que você está condenado, que você está destinado a ir para o inferno. E eles lhe tornam muito temeroso de amar a si mesmo.

Eis porque as pessoas são tão eficientes em descobrir defeitos. Elas encontram defeitos em si mesmas – como é que elas podem evitar encontrar os mesmos defeitos nos outros? Na verdade, elas irão encontrá-los e irão engrandecê-los, irão torná-los tão grandes quanto possível. Esse parece ser o único meio de defesa; de alguma maneira, para salvar as aparências. Você precisa fazer isso. Eis porque existe tanta crítica e tanta falta de amor.

Digo que esse é um dos mais profundos sutras de Buda, e só uma pessoa desperta pode lhe dar um tal insight.

A pessoa que ama a si própria pode facilmente se tornar meditativa, porque meditação significa estar consigo mesmo.

Se você odeia a si mesmo – como você faz, como foi dito a você para fazer, e você tem seguido isso religiosamente – se você odeia a si próprio, como é que você pode ficar consigo mesmo? A meditação não é outra coisa senão desfrutar de sua bela solitude e celebrar a si próprio. Eis o que é toda a meditação. A meditação não é um relacionamento. O outro não é absolutamente necessário; somos suficientes para nós mesmos. Somos banhados em nossa própria glória, banhados em nossa própria luz. Estamos simplesmente alegres porque estamos vivos, porque somos.

O maior milagre do mundo é que você é e que eu sou. Ser é o maior milagre e a meditação abre as portas desse grande milagre. Mas só o homem que ama a si próprio pode meditar; do contrário você está sempre fugindo de si mesmo, evitando a si mesmo. Quem quer olhar para um rosto feio e quem quer penetrar num ser feio? Quem quer se aprofundar na própria lama, na própria escuridão? Quem vai querer entrar no inferno que pensam que estão? Você quer manter essa coisa toda coberta com lindas flores e você vai querer sempre fugir de si mesmo.

Desse modo as pessoas estão continuamente procurando companhia. Elas não podem ficar consigo mesmas; elas querem estar com os outros. As pessoas estão buscando qualquer tipo de companhia; se elas puderem evitar a companhia de si próprios qualquer coisa servirá. Elas se sentarão numa sala de cinema por três horas vendo alguma coisa totalmente estúpida. Elas irão ler uma novela de detetives por horas, desperdiçando seu tempo. Elas irão ler o mesmo jornal repetidamente apenas para ficarem ocupados. Elas irão jogar baralho e xadrez só para matar o tempo... Como se elas tivessem tempo de sobra!

O amor começa com você mesmo, assim ele pode se espalhar. Ele vai se espalhando a sua própria maneira; você não precisa fazer nada para espalhá-lo.

"Ame a si mesmo...", diz Buda. E então imediatamente ele acrescenta: "... e observe". Isso é meditação, esse é o nome de Buda para a meditação. Mas a primeira condição é amar a si mesmo, e então observe. Se você não amar a si mesmo e começar a observar, você pode se sentir como que cometendo suicídio.

Muitos Budistas se sentem como que cometendo suicídio porque eles não dão atenção à primeira parte do sutra, eles imediatamente saltam para a segunda parte: observe a si mesmo. Na verdade, nunca encontrei um simples comentário sobre o o Dhammapada, esses sutras do Buda, que desse alguma atenção à primeira parte: Ame a si mesmo.

Sócrates diz: Conhece a ti mesmo, Buda diz: Ame a si mesmo. E Buda é muito mais verdadeiro porque a menos que você ame a si próprio você nunca conhecerá a si mesmo – conhecer só vem mais tarde, o amor prepara o terreno. Amar é a possibilidade de conhecer a si mesmo. O amor é a maneira certa de conhecer a si mesmo.

“Ame a si mesmo e observe… hoje, amanhã, sempre”.

Crie energia ao redor de si mesmo. Ame seu corpo e ame sua mente. Ame todo seu mecanismo, todo seu organismo. Por amar significa: aceitar isso como isso é, não tente reprimir. Nós reprimimos somente quando odiamos alguma coisa, reprimimos somente quando somos contra alguma coisa. Não reprima porque se você reprimir como é que você vai observar? Não podemos fitar o inimigo olho no olho; podemos somente olhar nos olhos de nosso amado. Se você não for um amante de si mesmo você não será capaz de olhar nos seus próprios olhos, na sua própria face, na sua própria realidade.

Observar é meditação, o nome de Buda para a meditação. Observe diz Buda. Ele diz: Esteja cônscio, alerta, não fique inconsciente. Não se comporte como que dormindo. Não continue funcionando como uma máquina, como um robô. É assim que as pessoas estão vivendo.

Observe – apenas observe. Buda não diz o que deve ser observado – tudo! Caminhando, observe o seu caminhar. Comendo, observe o seu comer. Tomando banho, observe a água, a água fria caindo sobre você, o toque da água, a frieza, o arrepio que dá na sua espinha – observe tudo, “hoje, amanhã, sempre”.

Finalmente chega o momento quando você pode observar até mesmo seu sono. Esse é o máximo no observar. O corpo vai dormir e ainda fica um observador desperto, olhando silenciosamente o corpo profundamente adormecido. Isso é o máximo da observação. Agora mesmo exatamente o oposto é o caso: seu corpo está desperto, porém você está dormindo. Então você estará desperto e seu corpo estará dormindo. O corpo precisa de descanso, todavia sua consciência não necessita de nenhum sono. Sua consciência é consciência: isso é atenção, essa é sua própria natureza.

Quando você se torna mais alerta você começa a criar asas – então todo o céu lhe pertence. O homem é um encontro da terra com o céu, do corpo e da alma.

Osho, em "The Way of the Buddha: The Dhammapada"


Imagens: google.com


Divã

Não me sinto uma mulher como outras. Por exemplo, odeio falar sobre crianças, empregadas e liquidações. Tenho vontade de cometer haraquiri quando me convidam pra um chá de fraldas.

Vida doméstica é para gatos.

Se ser feliz para sempre é aceitar com resignação católica o pão nosso de cada dia e sentir-se imune a todas as tentações, então é deste paraíso que quero fugir.

Tenho medo de não conseguir manter minhas idéias, meus pontos de vista, minhas escolhas (...) Eu tenho medo é da lucidez. Tenho medo dessa busca desenfreada pela verdade, pelas respostas. Eu me esgoto tentando morder meu próprio rabo (...) Ok, eu sei que jamais vou derramar um copo de cerveja na cabeça de um homem, nem vou sair nua pelos parques protestando contra o uso de casacos de pele. Eu nunca vou fazer uma extravagância, e é isso que me assusta, por que uma piração de vez em quando pode ser muito bem vinda. Eu não tenho medo de perder o senso. Eu tenho medo é desta eterna vigilância interior, tenho medo do que me impede de falhar.

Sempre desprezei as coisas mornas, as coisas que não provocam ódio nem paixão, as coisas definidas como mais ou menos. Um filme mais ou menos, um livro mais ou menos. Tudo perda de tempo. Viver tem que ser perturbador, é preciso que nossos anjos e demônios sejam despertados, e com eles sua raiva, seu orgulho, se acaso, sua adoração ou seu desprezo. O que não faz você mover um músculo, o que não faz você estremecer, suar, desatinar, não merece fazer parte da sua biografia. (...) As coisas muito boas e as coisas muito ruins exigem explicação. Coisas mais ou menos estão explicadas por si mesmas.

Perigoso é a gente se aprisionar no que nos ensinaram como certo e nunca mais se libertar, correndo o risco de não saber mais viver sem um manual de instrução.

Sou quase oriental... sou latina muito raramente. Mais tudo mudou ando tão mexicana, por dentro quase histérica.

Eu estou apaixonada mas não é por uma pessoa. Estou apaixonada pela lembrança de algo leve, solto e rápido, como uma bola de gás que escapa da nossa mão e passa a ficar cada vez menor e mais distante. Estou apaixonada pelo impacto da vida, por um tiro certeiro e bem mirada, pelo arrebatamento provocado pelo descuido das minhas defesas.(...)

Um homem diz que você é linda, espetacular, a pessoa mais interessante que ele já conheceu e você, se tiver o miolo mole e vários anos de casada, acredita.

Talvez lembre de mim como uma mulher vivida, descolada, que lida bem com relações descartáveis, logo eu que odeio copos de plásticos, canudinhos, tudo que não dure.

Não gosto de nada que é raso, de água pela canela. Ou mergulho até encontrar o reino submerso de Atlântida, ou fico à margem, espiando de fora. Não consigo gostar mais ou menos das pessoas, e não quero essa condescendência comigo também.

Achei que ao chegar à meia idade seria presenteada com uma coisa que vale ouro: letargia cerebral. Jurava que depois dos 40 anos iria sossegar o facho. Teria as mesmas necessidades que os outros, pensaria como os outros, me enquadraria num comportamento aceitável.

Porque o banho é um ritual rotineiro e sexo não? Por que o sexo tem que vir com garantias de amor, reciprocidade, atestado de saúde, carteira de identidade? Sexo deveria se como uma chuveirada. Uma gargalhada.

Detesto dormir tarde (...) madrugada é para quem tem gás, e eu sou movida à energia solar.

Uma vida sem sustos. È o que desejo pra mim. Não estou dizendo uma vida sem decepções, frustrações ou êxtases: sem sustos apenas. Quero aceitar a potência dos meus sentimentos e não ficar embaraçada diante de reações incomuns. Poder receber uma ventania de pé, mesmo que ela me desloque de onde eu estava. De pé, mesmo com medo. Não mais em posição fetal.

Não gosto da vida em banho-maria, gosto de fogo, pimenta, alho, ervas, por um triz não sou uma bruxa. (...)

Não gosto que me peçam para ser boa, não me peçam nada, mesmo aquilo que eu posso dar. As relações de dependência me assustam. Não precisem de mim com hora marcada e por motivo concreto, precisem de mim a todo instante, a qualquer hora, sei ouvir o chamado silencioso da amizade verdadeira, do amor que não cobra, estarei lá sem que me vejam, sem que me percebam, sem que me avaliem.

Ando com preguiça de interpretar o mundo, de entender as pessoas, de procurar os setes erros. Gostaria de ter todas as respostas na última página, de ter um manual de atitudes sensatas, de ter pensamentos voltado pra Meca. Queria que houvesse um serviço de telessoluções entregues em domicílio em menos de meia hora. Deus, ando abençoando a alienação.

Eu me exijo desumanamente. Tenho impressão de que se eu não tiver uma vida bem argumentada ela vai se esfarelar em minhas mãos. Sou garimpeira, quero sempre cavoucar a razão de tudo, não consigo dar dois passos sem rumo determinado.


Martha Medeiros
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sexta-feira, 13 de junho de 2014

Uma Conversa com Arcanjo Miguel sobre Alegria e Tristeza

Esta informação chegou na forma de uma conversa com o Arcanjo Miguel, e está registada como tal.

Eu me pergunto porque tantas pessoas estão sentindo tanta tristeza e ansiedade e depressão, especialmente neste período quando presumíamos estar experimentando a Alegria da Nova Terra (Júbilo). Tantas pessoas tem aguardado e aguardado e aguardado. Onde esta a Alegria, eles perguntam, por que eu estou tão deprimido e tristonho. O que preciso fazer para me purificar e entrar em minha Alegria?

E, enquanto eu penso nestes assuntos, Arcanjo Miguel me diz: "Você esta pronta para ouvir a verdade sobre isso? Você concorda em aceitar a perspectiva da realidade quântica? Pode mudar a sua maneira de pensar?"

O que você quer dizer com isso, eu pergunto.

"Bem, o Arcanjo responde, nós falamos em varias ocasiões sobre a natureza da ilusão. e que somente o Amor é real e verdadeiro. A estrutura do Cosmos é o Amor Incondicional, e este Amor é expressado como Divina Felicidade e Alegria. Isto é realidade. Isto é verdade.

Mas você me pergunta porque há tanta tristeza e depressão na Terra, e eu direi que isto é uma ilusão, pois Tudo é Amor".

OK, eu disse ao Arcanjo. Então isso é uma ilusão. Assim, como podem tantas pessoas sentir esta ilusão tão intensamente que a ponto de tornarem-se deprimidos e tristes e solitários.

"Bem, Miguel responde a mim, me permita explicar algo básico a você. No mundo da dualidade vocês criaram pares de opostos para descrever experiências. Amor e Ódio, Luz e escuridão. Alegria e tristeza, não é assim?"

Sim eu repliquei, é como entendemos nossa experiência na Terra.

"Bem, diz Miguel, imagine um mundo e uma maneira de ser que não seja dualística e baseada na dualidade. Imagine um mundo em Igualdade e consciência da Unidade no qual há apenas energia, e esta energia, a qual se expressa como Luz e Som é a estrutura básica de toda vida. E já que deriva da Fonte, ela é puro Amor.

Agora, quando você experiência esta energia de puro Amor, ela é recebida como ondas de energia da Fonte através do Centro Galáctico. Vocês também têm aprendido a movimentar a energia entre si mesmo em suas interações, e experienciam a energia da Fonte em suas varias manifestações através do seu corpo.

Agora, diremos a você que esta Energia sempre e apenas expressa o Amor. O que experienciam em suas vidas e através dos seus corpos é a experiência de intenso Amor manifestado no plano material.

São vocês mesmos que interpretam estas ondas de pura energia como "amor" ou "tristeza" ou "alegria". É a sua escolha quanto a maneira que experienciarão esta energia de acordo com a sua interpretação dos acontecimentos.

Por exemplo, quando uma onda de pura e intensa energia se movimenta através de vocês, podem escolher experimentá-la como êxtase ou como dor ou tristeza. A experiência em si mesma é puramente a recepção de energia em seu corpo através do seu sistema nervoso. Agora, nos últimos vários anos, enquanto ascenderam a Quinta Dimensão e começaram a usar seus corpos de energia multi-dimensional, vocês estão acessando sempre mais campos intensos de energia da Fonte. E isso continuará. Estão caminhando em ondas sobre ondas de um jubiloso Amor da Fonte.

Mas, vocês estão escolhendo interpretar e experimentar esta energia como estresse e tristeza em muitos casos".

Mas porque? Eu pergunto.

"Bem, chega a gentil resposta, a energia é intensa e aplica uma forte pressão no seu ser físico e no seu sistema nervoso. Este tipo de estimulação intensa é a que associam com tristeza e sofrimento e depressão, pois na Terceira Dimensão onde a maioria de vocês criou a ilusão de "segurança" foi raro a vocês experienciar sentimentos e emoções muito fortes a não ser quando estavam com medo ou tristes ou deprimidos.

E também poderíamos dizer, que para muitos de vocês isto tem se tornado um hábito. Você se trancaram em padrões de interpretação e percepção que os conduzem a conceber esta intensa energia como uma estimulação negativa, e experimentá-la desta maneira.

Vocês também têm tão pouca experiência de intensa energia de felicidade perfeita e alegria em suas vidas, e assim realmente têm muito pouco para usar como um modelo para uma intensa alegria e felicidade.

Experiência é, como dissemos antes, um fluxo junto com uma seqüência continua de energia que deriva da Fonte. Vocês escolhem como vão experienciar ou interpretar esta energia que sempre é Amor e Alegria".

OK, eu digo, mas, e se alguém morre e deixa você. Ou se um amor seu te abandona, ou você perde todo o seu dinheiro? Estas são experiências de felicidade e deveriam ser preenchidas com alegria?

O Arcanjo gentilmente responde: "Bem, nós entendemos o quanto são difíceis estas aparentes experiências quando são sentidas na forma humana. Pois a forma humana é dependente da ilusão em muitas das suas formas de compreender a realidade.

Vamos tomar o seu primeiro exemplo. Se alguém morre - bem, na verdade não há morte, pois todos são infinitos seres de luz que existem em várias dimensões. Isso que chamam de morte é meramente uma mudança de um nível de energia ou realidade para outro. Isto é, e deveria ser uma razão para alegria, pois a energia que foi enviada da Fonte em manifestação então retorna para a Fonte e sua "missão" está realizada e completada. Mas os humanos que estão limitados no mundo da ilusão e dualidade vêem apenas que algo foi terminado e perdido, e assim as intensas emoções desta passagem são interpretadas como tristeza e dor. E isto não é nada "errado", é meramente uma escolha que vocês fizeram, e que podem mudar ou modificar quando estiverem prontos para verdadeiramente viver no fluxo da Consciência do Todo e da Unidade.

Assim, vamos considerar o seu terceiro exemplo, alguém perde todo seu dinheiro e sua casa e segurança. É claro que há uma emoção intensa e um distúrbio energético que é interpretado como depressão. Mas novamente, isso é uma ilusão, pois na realidade vocês têm o direito de estarem seguros e protegidos, como de fato estão, pelo Espírito, se permitirem isto. Mas entregaram isto a uma ilusão que chamam de "economia" ou "sistema monetário" e procuram por isto para sustentá-los. Quando isso "falha" vocês caem dentro do medo, porque se limitaram a uma ilusão e que não estão sendo apoiados pelo Amor que dirá a vocês que Tudo está Bem e que serão cuidados se permitirem exatamente que o fluxo de energia passe por vocês. Assim a intensidade da experiência se torna a depressão. Deveria ser vista como uma oportunidade para permitir ao Espírito trabalhar com vocês e apoiá-los. Se fossem corajosos e fortes e confiantes.

Agora, o assunto do abandono pelo ser amado. Bem, esta é também uma interpretação do fluxo da vida. Há muitas razões as quais as pessoas e relacionamentos se unem e terminam. E esta é uma simples escolha pois aí existe um desígnio de "culpa". O julgamento mais comum é feito contra o próprio eu, como "Eu não fui bom o bastante", e que leva para a tristeza. Vocês vivem numa cultura onde o "sucesso" individual é tudo, e assim quando há uma percepção de fracasso e perda, há uma falha em manter a auto-estima que produz intensos sentimentos, que por sua vez são interpretados como tristeza e sofrimento.

O que aconteceria se pudessem celebrar o que passou e aceitar que isso precisou deixá-los somente para permitir que algo novo e mais ajustado ao seu nível de crescimento chegue em sua vida. Então poderiam abençoar cada final sem a necessidade de entrar em na culpa e julgamento. Poderiam seguir adiante com a expectativa de Alegria e Amor e novas experiências".

Uau!, eu digo, este é uma maneira completamente diferente de olhar para a vida!

"Com certeza é. Mas talvez queiram saber porque tantas pessoas escolhem esta percepção de vida. Porque há tantas pessoas trancadas nos reinos da tristeza e na amiga, a raiva. Bem, vocês vem de muitas vidas de tradições espirituais que os ensinaram a julgar a si mesmos e a culpar os outros. A espiritualidade dualística faz o foco no "bom" e no "mau" e em uma experiência discriminante de acordo com este modelo. Assim, se tornou um hábito para as pessoas julgar e criticar, para culparem-se a si mesmos e aos outros, em vez de simplesmente aceitar o que é e caminhar nas ondas de emoção e do sentimento para novos estados de ser.

E, vamos compartilhar com vocês o porque é assim. Vocês se esqueceram de como ser verdadeiros Guerreiros da Luz e fluir com as ondas de energia que vem da Fonte. Não têm treinamento nas habilidades da coragem e perseverança e aceitação, de forma que quando são golpeados pelas ondas de energia, não têm a força e serenidade de superar a tormenta na compreensão de que tudo está bem. Caem na tristeza e na raiva.

Agora, se estivessem preparados como guerreiros, aceitariam seus temores e tristezas com o conhecimento de que são ilusões, e buscariam maneiras de passar através delas para a realidade do Amor e da Alegria. E então, esta é somente uma questão de mudar as suas expectativas e percepções".

Ok, eu pergunto, recebi justamente uma carta de alguém que deseja saber porque ela não consegue encontrar Alegria e porque sente tamanho fracasso. Ela diz que quando ela estava em férias ela experimentou uma alta freqüência, mas depois retornou ao trabalho e perdeu isso. Porque?

"Bem, minha querida amiga, obviamente o trabalho dela colocou-a para baixo. Ela não pode sentir alegria no seu trabalho. Pode ser que este trabalho não esteja expressando suas paixões e desejos e que ela necessita criar outra forma de trabalhar. Mas também é verdade que em sua cultura vocês perderam a compreensão e apreciação do trabalho como um lugar de alegria e criatividade. É porque tornaram o trabalho uma maneira de criar dinheiro, e muitos poucos entre vocês trabalham por Alegria e Amor.

Esqueceram-se que o foco primordial do trabalho é o serviço e a expressão do amor incondicional. Não se recordam do poeta que diz que "o trabalho é o amor tornado visível"? Assim, pouco importa o que fazem, enquanto estiverem conscientes de que este trabalho é a sua oportunidade de servir os outros e fazer o seu amor ficar visível. Se as pessoas trabalhassem com este entendimento, elas realmente encontrariam a freqüência do Amor e Alegria em seu trabalho e em sua rotina.

Assim, diríamos, a criação e experiência da Alegria é uma escolha que cada humano pode fazer. E esta escolha se tornará mais fácil a medida que aprendem a liberar velhos hábitos de percepção e de experiências e dependências da tristeza, e começam a se dar a permissão para experienciar totalmente as poderosas ondas do Divino Amor Incondicional como Alegria e Amor em suas próprias vidas.

Isto requer uma aceitação fundamental da natureza benigna e alentadora do Universo, e uma aceitação de Tudo O Que É e Tudo que Flui dentro das suas experiências e que isso pode ser aceito com serenidade e alegria.

Isto não é uma licença para cometer atos de uma natureza negativa e prejudicial, no entendimento de que tudo é Amor. Lembrem-se, o Amor se expressa unicamente como apoio e aceitação, qualquer coisa a mais é ilusão e precisa ser re-experimentada até que o Amor emerja, pois debaixo de todas as coisas existe Amor esperando ser expressado e experimentado. Depende de vocês encontrar e expressá-lo, e sentí-lo como Alegria.

E, não julguem a experiência se sentirem mesmo tristeza. Pois sabem exatamente que na Consciência de Unidade Tudo é Um, e que a Tristeza e a Alegria são Uma só, pois na verdade apenas a Alegria é real!"

Depois desta conversa com Arcanjo Miguel, eu fiz uma canalização para alguém onde ele elaborou muito mais a diferença entre Alegria e Tristeza. Eu penso que isso pode ser útil para muitas pessoas neste momento:

"Agora, quanto ao problema do sentimento de se ter tão pouca alegria, bem, este não é um problema para o Corpo de Luz. De fato quanto mais radiante o Corpo de Luz, pode ser mais difícil algumas vezes sentir Alegria. é porque a intensidade da luz coloca grande pressão no veículo físico, e isso pode ser interpretado como "estresse" e "depressão". Veja você, meu querido, na sua cultura por milhares de anos vocês não têm experienciado uma luz e alegria tão fortes. O corpo não está acostumado aos sentimentos de energia tão intensa no Corpo de Luz, e assim muitos sentem que a vida esta "passando muito rápido" e que há muito pouca alegria.

Depende de vocês, como Trabalhadores da Luz, quebrar os padrões do passado, e permitir que seu corpo interprete a intensa energia, não como estresse, mas como Alegria e Paixão. Isso envolve meramente uma mudança de percepção e compreensão. Uma vez que percebam que a alegria está ali todo o tempo, e que tudo o que vocês têm a fazer e permitir e recebe-la, então poderão sentir e expressá-la.

Mas não julguem a si mesmos, pois vocês pensam que sabem o que é a alegria. Mas, em verdade somente agora estão aprendendo o verdadeiro significado da Alegria e como ela pode ser sentida e expressada. Pois "alegria" não é "felicidade" no sentido exato da palavra. Alegria pode ser experienciada sem felicidade, pois elas não são as mesmas. Alegria (Júbilo) é um profundo estado de consciência espiritual no qual se conectam com Tudo Que É, e entendem o seu lugar na Grandiosa Dança Cósmica da Vida. Ela é uma profunda gratidão para com a vida e as Dádivas da Fonte. Felicidade (Contentamento) é uma emoção, que aparece quando um ser está em circunstancias em que se sente confortável, sensual, divertido e que dão prazer ao corpo. Agora idealmente, a experiência da Alegria e felicidade como Uma é o que vocês buscam. E sem duvida, a medida que ficam mais em paz com a sua Alegria Interior e mais experientes em Criar sua própria realidade, então realmente serão capazes de experienciar juntas a Alegria e Felicidade ao mesmo tempo.

Mas compreendam, que como um ser desperto que são, já estão neste estado de Alegria, se tão somente vocês se permitissem a ela e a apreciassem. E portanto, logo que sentirem a gratidão vocês podem começar a criar a felicidade que dará prazer ao seu corpo e alma e se unirá com a Alegria de maravilhosas e miraculosas maneiras."

Por: Celia Fenn
Tradução para o Português: Silvia Tognato Magini


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quarta-feira, 11 de junho de 2014

Chá de Hibísco combate gordura

Chá de hibisco: a bebida que combate a gordura da barriga e quadris
Ele ainda controla os níveis de colesterol, pressão arterial e tem ação diurética

O chá de hibisco é preparado com o cálice do botão seco da flor chamada Hibiscus Sabdariffa, que não é aquela espécie de hibisco normalmente encontrada nos jardins. Devido a esta planta, a bebida é rica em substâncias antioxidantes como flavonoides e ácidos orgânicos. Estes nutrientes proporcionam diversos efeitos benéficos, entre eles, a ação diurética, impedindo a retenção de líquidos, e a capacidade de evitar o acúmulo de gorduras, principalmente na região da barriga e quadris.

Este último ocorre porque o chá reduz a adipogênese, processo no qual ocorre a maturação de células pré-adipócitas que se convertem em adipócitos maduros, capazes de acumular gordura no corpo.

Outros estudos apontam que alguns flavonoides presentes na bebida possuem um efeito cardioprotetor e vasodilatador. Assim, as substâncias ajudam a aumentar o colesterol bom, HDL, diminuir o colesterol ruim, LDL, triglicerídeos e a pressão arterial.

Principais nutrientes do chá de hibisco

•Chá de hibisco - 200 ml - um copo
•Calorias - 74 kcal
•Proteínas - 0,86 g
•Gorduras totais - 1,3 g
•Carboidratos - 14,82 g
•Fibras - 0,6 g
•Açúcar total - 12 g
•Ferro - 17,28 mg
•Magnésio - 2 mg
•Fósforo - 6 mg
•Potássio - 18 mg
•Sódio - 6 mg
•Vitamina C - 36,8 mg
•Tiamina - Vitamina B1 - 2,55 mg
•Riboflavina - Vitamina B2 0,198 mg
•Ácido fólico - 2 mcg
•Vitamina A - 30 mcg
•Cálcio - 2 mg


Fonte: Tabela do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.

Confira qual a porcentagem do Valor Diário* de alguns nutrientes que a porção recomendada, 200 ml (um copo), deste chá carrega:
•213% de vitamina B1
•123% de ferro
•2% de vitamina C
•15% da vitamina B2
•5% de vitamina A


* Valores Diários de referência para adultos com base em uma dieta de 2.000 kcal ou 8.400 kj. Seu valores diários podem ser maiores ou menores dependendo de suas necessidades energéticas.

O cálice da flor utilizado para elaborar o chá de hibisco é rico em vitamina B2 (riboflavina), que auxilia na saúde da pele, ossos e cabelos, e a vitamina B1 (tiamina). Todas vitaminas pertencentes ao complexo B ajudam o nosso corpo na captação de energia nas células, principalmente ao auxiliar no metabolismo do oxigênio e da glicose, as principais fontes de combustível celular. A B1, ainda por cima, tem essa ação principalmente nos neurônios, células que formam nosso cérebro.

O chá ainda possui boas quantidades de ferro, que atua no transporte de oxigênio no organismo e previne problemas como anemia, dor de cabeça e cansaço. A Vitamina A, que conta com um efeito antioxidante e é necessária para a visão, sistema imunológico, pele e saúde óssea, e a vitamina C, que protege o organismo contra a baixa imunidade, doenças cardiovasculares, doenças dos olhos e até envelhecimento da pele, também estão presentes na bebida.

A bebida conta com diversas substâncias antioxidantes, como os flavonoides, especialmente as antocianinas, que possuem efeito cardioprotetor, vasodilatador e contribuem para evitar o acúmulo de gorduras.

Outro flavonoide interessante é a quercetina que ajuda a proporcionar uma ação diurética. Os ácidos orgânicos, como os ácidos cítricos, hibístico e málico, também possuem ação antioxidante e estão presentes em boas quantidades no chá de hibisco.

Benefícios do chá de hibisco


Chá de hibisco tem ação diurética

Evita o acúmulo de gordura: Uma pesquisa publicada no Journal of Ethnopharmacology da Sociedade Internacional de Etnofarmacologia concluiu que o chá de hibisco é capaz de reduzir a adipogênese. Este processo consiste na maturação celular no qual as células pré-adipócitas se convertem em adipócitos maduros capazes de acumular gordura no corpo.

Ao diminuir este processo, o chá de hibisco contribui para que menos gordura fique acumulada na região do abdômen e nos quadris. Ainda não está claro qual é a substância presente na bebida que é responsável pelo benefício. Porém, acredita-se que a ação antioxidantes dos flavonoides antocianina e quercetina contribuem para reduzir o depósito de gordura.

Ação diurética: O chá de hibisco tem efeito diurético, por isso é um aliado para evitar a retenção de líquidos. Um estudo publicado no Journal of Ethnopharmacology da Sociedade Internacional de Etnofarmacologia observou que o flavonoide quercetina presente na bebida é um dos nutrientes que ajuda a proporcionar esta ação.

Outra pesquisa publicada pela Planta Medica, da Society for Medicinal Plant and Natural Product Research, concluiu que o chá age na aldosterona, hormônio secretado pelas suprarrenais que regulam o balanço eletrolítico do organismo favorecendo a ação diurética. Ainda não foram identificados quais os nutrientes que proporcionam o benefício.

Controla o colesterol: Um estudo publicado no Journal of Alternative and Complementary Medicine feito com 53 pacientes portadores de diabetes concluiu que o consumo do chá de hibisco contribui para a diminuição do colesterol ruim, LDL, e aumento do colesterol bom, HDL. A bebida diminuiu o colesterol LDL em 8% e aumentou o HDL em 16,7%.

O mesmo estudo comparou o chá de hibisco com o chá preto e observou que o primeiro é mais eficiente para o combate do colesterol do que o segundo. Isto porque o preto apenas aumentou o HDL, mas diminuiu o LDL. O chá de hibisco é tão interessante para pessoas que possuem problemas com os níveis de colesterol por ser rica em substâncias com ação antioxidante.

Controla a pressão arterial: Um estudo publicado no Journal of Nutrition concluiu que o chá de hibisco ajuda a baixar a pressão arterial. A pesquisa contou com 65 pacientes que tiveram os níveis de pressão arterial reduzidos. Os estudiosos acreditam que alguns flavonoides presentes na bebida proporcionariam este benefício ao diminuir uma enzima que atua sobre a pressão arterial.

Bom para o cérebro: O chá de hibisco conta com boas quantidades de vitaminas B1 e B2. Todas as vitaminas pertencentes ao complexo B ajudam o nosso corpo na captação de energia nas células, principalmente ao auxiliar no metabolismo do oxigênio e da glicose, as principais fontes de combustível celular. A B1, ainda por cima, tem essa ação principalmente nos neurônios, células que formam nosso cérebro.

Quantidade recomendada do chá de hibisco

Chá de hibisco controla o colesterol

A orientação é consumir um copo de 200 ml de chá de hibisco. Para cada copo deve ser utilizado de 4 a 6 gramas da flor seca, equivalente a uma colher de chá, ou dois a três pacotinhos de chá.

Como consumir o chá de hibisco

Caso utilize a flor a granel, procure aquecê-la o mínimo possível para não perder as propriedades. Separe 200 ml de água, deixe ferver e após isso adicione de 4 a 6 gramas, equivalente a uma colher de chá, da flor seca. Mantenha a bebida por três minutos no fogo e após isso ela pode ser consumida.

Fonte: Tabela do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos e Tabela Brasileira de Composição dos Alimentos / Taco - versão 2, UNICAMP

O chá de hibisco possui quantidades do flavonoide antocianina, um poderoso antioxidante, tão relevantes quanto as frutas vermelhas e roxas, como a amora, morango e mirtilo (blue berry). Comparado com outros chás, o de hibisco é rico em vitaminas A e C e em ferro, enquanto o preto e o mate não possuem estes nutrientes.

Combinando o chá de hibisco

Chá de hibisco + alimentos termogênicos: Pessoas que pretendem emagrecer podem combinar o chá de hibisco com um alimento termongênico. Isto porque o primeiro irá evitar que a gordura se acumule na região do abdômen e quadris enquanto o segundo será capaz de aumentar o gasto energético. Uma boa opção de bebida termogênica é o chá verde.

Contraindicações

É interessante que gestantes e lactantes evitem o chá de hibisco. Isto porque alguns estudos preliminares apontaram que a bebida possui ação mutagênica, ou seja pode interferir na estrutura dos genes do bebê, trazendo problemas.

Riscos do consumo excessivo

Por ter ação diurética, o consumo em excesso do chá de hibisco pode fazer com que a pessoa elimine muito eletrólitos, nutrientes essenciais para o funcionamento do organismo composto principalmente por cálcio, potássio, sódio e magnésio. A falta destas substâncias pode levar à desidratação.

Onde encontrar

O extrato seco da flor de hibisco pode ser encontrada em lojas de produtos naturais.

Fontes consultadas:
Andrea Dario Frias, doutora em ciência da nutrição e Ph.D em nutrição, coordenadora do centro de pesquisas Sanavita.
Alexandros Botsaris, clínico geral e fitoterapeuta, presidente do Conselho Diretor da Associação Brasileira de Fitoterapia. Maria Angélica Fiut, nutricionista e fitoterapeuta, membro do Conselho Diretor da Associação Brasileira de Fitoterapia (ABFIT).


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domingo, 8 de junho de 2014

Alma Feliz

╰☆╮“Iluminada é a alma que percebeu que a vida é uma oportunidade para "criar" formas de se conectar e dar a si, independente do contexto, seja em casa, no trabalho ou no lazer. Inteligente é a alma que vai para o trabalho não para conseguir dinheiro para pagar as contas, mas para estar disponível e ajudar aqueles com quem trabalha. Pessoas assim são chamadas de "verdadeiros" líderes! Feliz é a alma que transcendeu o condicionamento da sociedade de que o propósito da vida é adquirir e acumular, e agora vive uma vida de servir outros da forma que eles escolherem. Poderosa é a alma cujo poder pode ser visto através da influência que seu serviço altruísta tem sobre o mundo à sua volta. Preenchida é a alma que realizou o que talvez é a verdade mais simples de todas - viver é dar.”╰☆╮

Mike George


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quarta-feira, 4 de junho de 2014

Fé e Esperança

╰❤╮Esperança é quando a gente tem um guarda-chuva colorido para usar nos dias de tempestade. Fé é quando mesmo sem o guarda-chuva a gente vê que a tempestade é passageira.╰❤╮

Autoria desconhecida


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O segredo da cicatriz

╰❤╮ Temos de ver todas as cicatrizes como algo belo. Combinado. Este vai ser o nosso segredo. Uma cicatriz significa: Eu sobrevivi.╰❤╮

Caio Fernando Abreu


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Estagnou? Resolva o conflito que a vida volta a fluir

Não nos damos conta, mas sempre que algo na nossa vida não avança ou parece andar em círculos, dando a sensação de ser mais-do-mesmo e deixando um rastro de desânimo e angústia que parece atingir todas as áreas, tenha certeza: existe um conflito alimentando essa dinâmica.

E o que é um conflito?

É quando estamos focados em dois pontos contraditórios. Alguns exemplos:

- Querer um relacionamento gostoso, parceiro, e ao mesmo tempo, ter medo de se envolver e "sofrer mais uma vez";
- Ter a necessidade e o desejo de ganhar mais para viver confortavelmente, sem passar tanto sufoco, mas lá no fundinho sentir que "não merece" mais do que o suficiente para sobreviver;
- Sentir vontade de fazer novas amizades, mas não conseguir deixar de lado a sensação de que "ninguém presta".

É como entrar num táxi e dizer pro motorista: quero ir pra Zona Leste e para a Zona Sul... ao mesmo tempo. O motorista olhará pelo retrovisor, imaginando que foi alguma piadinha, e não sairá do lugar até que você decida para onde quer ir.

Conflitos todos temos, até quem trabalha auxiliando outras pessoas no autodesenvolvimento. Ter conflitos é uma característica muito humana, mas não é preciso congelar meses ou anos no mesmo capítulo por causa deles. Existe solução para essa paralisia e alívio para o desgaste que ela causa por conta de duas forças distintas nos puxando para direções opostas.

Existe solução? Claro.

A primeira providência é identificar o conflito, porque na maioria das vezes não conseguimos perceber que é isso que nos tem causado tanto desconforto. Desânimo, estagnação, tristeza, irritação, apatia, insegurança, falta de confiança, explosões de raiva, até dores musculares diárias causadas pelas tensões que dividem nossa mente, nossa emoção e até nosso comportamento, são alguns dos possíveis indicativos de conflitos.

E como descobrir qual ou quais conflitos têm provocado tantos efeitos chatos na vida da gente? Uma boa pista é fazer uma lista dos seus objetivos nas áreas pessoal, profissional, afetiva, social. Feita a lista, leia cada objetivo em voz alta e logo depois observe se surge alguma sensação como "não vou conseguir", "isso não é pra mim", "não tenho capacidade" etc..

A próxima etapa é preencher os pontinhos: "não vou conseguir porque ......"; "isso não é pra mim porque ......"; "não tenho capacidade porque ...... "Se a justificativa nos pontinhos for concreta, não se trata de conflito mas de alguma qualidade ou comportamento novo que você pode desenvolver. Por exemplo: "Não vou conseguir ser selecionado para aquele emprego porque não tenho inglês fluente".

Mas se os pontinhos forem preenchidos com sensações ou suposições, como "não vou ser selecionado para aquele emprego porque as coisas nunca dão certo para mim", você está diante de um conflito. Algo em você diz "não" apesar da vontade de conquistar a vaga.

Hoje em dia existem técnicas muito eficientes para eliminar esses impasses de forma a que todo o seu ser diga "sim" integralmente - como o coaching, a EFT, a meditação dirigida etc.. Mas algo que você pode fazer agora mesmo após identificar a causa do conflito é questionar a verdade que ele contém. No exemplo acima, pergunte a você mesmo: "Nada dá certo para mim ou será que, na verdade, desisto antes de tentar? Ou talvez esteja tentando de maneira inadequada?". Essas são perguntas extremamente poderosas porque nos abrem novas linhas de pensamento. É um ótimo começo. Depois tire o foco dos pensamentos do que você não quer e passe a focar no que quer. Isso pode ser mais difícil em alguns casos porque a mente acaba sendo levada por automatismo para a mesma direção em que a emoção do "não" aponta - ou seja, fugir do sofrimento, que é bem diferente de buscar a satisfação, a realização, o "sim". Já em conflitos de menor intensidade, com certeza você estará dando um passo importante para sentir um grande alívio. Porque, quando estamos funcionando no modo "fugir do sofrimento", nossa atenção toda fica obviamente no sofrimento e será difícil sair desse campo gravitacional. Mas quando mudamos o Norte pra buscar o "sim" é pra lá que iremos. Por: Mariana Viktor
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Simplesmente Gatos

"Bichos polêmicos sem o querer, porque sábios, mas inquietantes, talvez por isso... nada é mais incômodo que o silencioso bastar-se dos gatos. O só pedir a quem amam. O só amar a quem os merece.

O homem quer o bicho espojado, submisso, cheio de súplica, temor, reverência, obediência. O gato não satisfaz as necessidades doentias do amor. Só as saudáveis.

Lembrei, então, de dizer, dos gatos, o que a observação de alguns anos me deu.

Quem sabe, talvez, ocorra o milagre de iluminar um coração a eles fechado?

Quem sabe, entendendo-os melhor, estabelece-se um grau de compreensão, uma possibilidade de luz e vida onde há ódio e temor? Quem sabe São Francisco de Assis não está por trás do Mago Merlin, soprando-me o artigo?

Já viu gato amestrado, de chapeuzinho ridículo, obedecendo às ordens de um pilantra que vive às custas dele? Não! Até o bondoso elefante veste saiote e dança a valsa no circo. O leal cachorro no fundo compreende as agruras do dono e faz a gentileza de ganhar a vida por ele. O leão e o tigre se amesquinham na jaula.

Gato não. Ele só aceita uma relação de independência e afeto. E como não cede ao homem, mesmo quando dele dependente, é chamado de arrogante, egoísta, safado, espertalhão ou falso.

"Falso", porque não aceita a nossa falsidade com ele e só admite afeto com troca e respeito pela individualidade. O gato não gosta de alguém porque precisa gostar para se sentir melhor. Ele gosta pelo amor que lhe é próprio, que é dele e ele o dá se quiser.

O gato devolve ao homem a exata medida da relação que dele parte. Sábio e espelho. O gato é zen. O gato é Tao. Ele conhece o segredo da não-ação que não é inação. Nada pede a quem não o quer.

Exigente com quem ama, mas só depois de muito certificar-se. Não pede amor, mas se lhe dá, então ele exige.

Sim, o gato não pede amor. Nem depende dele. Mas, quando o sente é capaz de amar muito. Discretamente, porém sem derramar-se. O gato é um italiano educado na Inglaterra. Sente como um italiano mas se comporta como um lorde inglês.

Quem não se relaciona bem com o próprio inconsciente não gosta de gato. Ele aparece, então, como ameaça, porque representa essa relação precária do homem com o (próprio) mistério. O gato não se relaciona com a aparência do homem. Ele vê além, por dentro e pelo avesso. Relaciona-se com a essência.

Se o gesto de carinho é medroso ou substitui inaceitáveis (mas existentes) impulsos secretos de agressão, o gato sabe. E se defende do afago. A relação dele é com o que está oculto, guardado e nem nós queremos, sabemos ou podemos ver. Por isso, quando surge nele um ato de entrega, de subida no colo ou manifestação de afeto, é algo muito verdadeiro, que não pode ser desdenhado. É um gesto de confiança que honra quem o recebe, pois significa um julgamento.

O homem não sabe ver o gato, mas o gato sabe ver o homem. Se há desarmonia real ou latente, o gato sente. Se há solidão, ele sabe e atenua como pode (ele que enfrenta a própria solidão de maneira muito mais valente que nós). Se há pessoas agressivas em torno ou carregadas de maus fluidos, ele se afasta.

Nada diz, não reclama. Afasta-se. Quem não o sabe "ler" pensa que "ele não está ali. Presente ou ausente, ele ensina e manifesta algo. Perto ou longe, olhando ou fingindo não ver, ele está comunicando códigos que nem sempre (ou quase nunca) sabemos traduzir.

O gato vê mais e vê dentro e além de nós. Relaciona-se com fluidos, auras, fantasmas amigos e opressores. O gato é médium, bruxo, alquimista e parapsicólogo. É uma chance de meditação permanente a nosso lado, a ensinar paciência, atenção, silêncio e mistério. O gato é um monge portátil à disposição de quem o saiba perceber.

Monge, sim, refinado, silencioso, meditativo e sábio monge, a nos devolver as perguntas medrosas esperando que encontremos o caminho na sua busca, em vez de o querer preparado, já conhecido e trilhado. O gato sempre responde com uma nova questão, remetendo-nos à pesquisa permanente do real, à busca incessante, à certeza de que cada segundo contém a possibilidade de criatividade e de novas inter-relações, infinitas, entre as coisas.

O gato é uma lição diária de afeto verdadeiro e fiel. Suas manifestações são íntimas e profundas. Exigem recolhimento, entrega, atenção. Desatentos não agradam os gatos. Bulhosos os irritam. Tudo o que precise de promoção ou explicação, quer afirmação. Vive do verdadeiro e não se ilude com aparências. Ninguém em toda natureza aprendeu a bastar-se (até na higiene) a si mesmo como o gato!

Lição de sono e de musculação, o gato nos ensina todas as posições de respiração ioga. Ensina a dormir com entrega total e diluição recuperante no Cosmos. Ensina a espreguiçar-se com a massagem mais completa em todos em todos os músculos, preparando-os para a ação imediata. Se os preparadores físicos aprendessem o aquecimento do gato, os jogadores reservas não levariam tanto tempo (quase 15 minutos) se aquecendo para entrar em campo.

O gato sai do sono para o máximo de ação, tensão e elasticidade num segundo. Conhece o desempenho preciso e milimétrico de cada parte do seu corpo, a qual ama e preserva como a um templo.

Lição de saúde sexual e sensualidade. Lição de envolvimento amoroso com dedicação integral de vários dias. Lição de organização familiar e de definição de espaço próprio e território pessoal. Lição de anatomia, equilíbrio, desempenho muscular. Lição de salto. Lição de silêncio. Lição de descanso. Lição de introversão. Lição de contato com o mistério, com o escuro, com a sombra. Lição de religiosidade sem ícones.

Lição de alimentação e requinte. Lição de bom gosto e senso de oportunidade. Lição de vida, enfim, a mais completa, diária, silenciosa, educada, sem cobranças, sem veemências, sem exigências.

O gato é uma chance de interiorização e sabedoria posta pelo mistério à disposição do homem."


Arthur Távora


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Uma benção chamada tédio


Tenho viajado com certa frequência para outras cidades, por conta do meu trabalho. Isso tem me levado a passar algum tempo em salas de embarque de aeroportos. Como me interesso muito pelo comportamento humano, gosto de ficar observando as pessoas à minha volta. Estive recentemente em São Paulo e passei algumas horas no aeroporto. Poucos anos atrás, se eu estivesse numa situação semelhante, veria ali muita gente com cara de tédio, cochilando, lendo livros ou, simplesmente, pensando. Nos últimos anos, porém, a coisa mudou. Reparei que a esmagadora maioria de quem estava próximo a mim na sala de embarque mantinha-se profundamente entretida com seus smartphones, iPads, notebooks e outros aparelhos eletrônicos. Curioso, me levantei a caminhei um pouco ao redor do salão, espiando com o que exatamente estavam ocupando seu tempo. Muitos estavam em redes sociais, outros jogavam games, alguns batiam papo em programas de chat. Uma minoria fazia algo que parecia ligado a trabalho. Em resumo, o que percebo nas minhas viagens é que as caras de tédio estão se tornando quase que extintas nos aeroportos. Agora, os recursos eletrônicos ocupam com bastante competência o tempo e a mente das pessoas. Fiquei me perguntando: isso é bom ou mau?

Claro que é bom. Quem gosta de ficar entediado? Quem gosta de passar horas sem nada o que fazer? É muito melhor ter algo com o que ocupar a mente enquanto se espera o avião chegar. Na verdade, enquanto se espera por qualquer coisa, pois tédio não é exclusividade de aeroportos. No trajeto do ônibus até o trabalho, na fila do supermercado, na sala de espera do médico… as ocasiões em que o tédio se manifesta não têm limites. Surgem a qualquer momento e por todo lado. E se antigamente o não-ter-nada-o-que-fazer nos proporcionava como única alternativa passar o tempo pensando ou no máximo lendo um livro ou fazendo palavras cruzadas, agora temos ao nosso dispor bugigangas eletrônicas de todos os tipos, tamanhos e formatos, com uma infinidade de softwares e aplicativos, que chegaram para ocupar nossa mente, enxotar o tédio e nos livrar da penosa e irritante atividade que é pensar.

Epa. Percebeu algo estranho no que acabou de ler? Não? Então permita-me chamar a atenção: eu disse “penosa e irritante atividade que é pensar”. Este é um fenômeno de nossos tempos: consideramos que “pensar” é sinônimo de “não ter nada o que fazer” e, portanto, é algo chato e incômodo. Logo, se não nos entretivermos e “apenas” ficarmos pensando, acabamos descontentes. A consequência? Temos procurado tão desesperadamente dar tarefas ao nosso cérebro que está sobrando muito menos tempo para a reflexão – estamos pensando incomparavelmente menos. Alguns anos atrás podíamos dedicar nossos momentos de espera e ócio à reflexão, a pensamentos sobre a vida, à análise de fatos e ideias, a muitas coisas importantes que exigem a nossa meditação – exigem cérebros direcionados exclusivamente para o pensamento. Os momentos de tédio nos davam espaço para devotar nossa mente não apenas a se ocupar, mas a elaborar. A ponderar. A investir tempo no questionamento. Isso nos permitia ser pessoas mais críticas, reflexivas, analíticas, criativas e inovadoras. Pois tínhamos tempo ocioso para fazer mais do que absorver informações: conseguíamos processá-las, pô-la sob os holofotes e examinar seus muitos ângulos, com cuidado e bastante reflexão. Mas, se “nos livramos da penosa e irritante atividade que é pensar”, estamos nos tornando seres que não pensam. Logo, aceitaremos tudo o que nos é apresentado como verdade, pois não teremos mais o hábito de parar e questionar: “Será verdade mesmo?”.

Assim, vemos que espantar o tédio é ótimo, mas pensar menos é uma tragédia. Em especial para o cristão.

Se mantemos nossa mente ocupada em todos os momentos entediantes com atividades lúdicas (como games e redes sociais), sentiremos muito menos tédio, mas exercitaremos infinitamente menos nossa habilidade de pensar. Com isso, ao recebermos um ensinamento religioso, por exemplo, simplesmente o incorporaremos ao nosso grupo de verdades absolutas – pois não pararemos para refletir até que ponto ele é de fato bíblico. Nos dirão que a prática X ou Y deve fazer parte da nossa vida de fé e você aceitará sem senso crítico. Vão dizer que você pode ser um cristão agressivo porque “afinal, Deus respeita o seu temperamento” e você aceitará esse confortável absurdo sem questionar. Cantarão louvores cheios de erros bíblicos e você nem ao menos perceberá, visto que não pensou muito sobre eles. Você passará meses sem ouvir pregações que falem sobre assuntos centrais da fé – como amor ao próximo, graça, perdão, arrependimento, inferno, negar-se a si mesmo, preferir os outros em honra, e não devolver mal com mal – e achará que está tudo bem (pois não parou para pensar sobre o assunto). E por aí vai.

Pensar é uma atividade vital do ser humano. Mas não apenas pensar por pensar ou pensar de qualquer maneira: pensar, isto sim, de forma reflexiva, critica, analítica, demorada, focada. A questão é que, para podermos pensar de um modo que nos fará crescer e ser mais consequentes em nossa vida, precisamos de tempo. Uma boa conclusão ou decisão jamais é tomada em segundos: exige ponderação, olhar todos os lados da situação, concluir, questionar a conclusão, voltar a analisar, concluir de novo. Nesse sentido, os momentos de tédio são preciosos.

A filosofia grega revolucionou o mundo pelos 2.400 anos seguintes ao seu surgimento. Tales de Mileto, Sócrates, Platão, Aristóteles e outros pensadores que mudaram os rumos de toda civilização ocidental só puderam criar seus conceitos porque viveram em um momento histórico em que podiam se dedicar ao pensamento. Albert Einstein só criou a teoria da relatividade porque trabalhava num escritório de marcas e patentes em que dava conta de todo o serviço na parte da manhã e tinha a tarde ociosa, sem ter nada a fazer exceto sentar-se no beiral de uma janela e matar o tédio… pensando. Os avanços da humanidade só surgiram quando pessoas começaram não a se entreter e ocupar a cabeça com informações irrelevantes, mas a pensar.

Na própria história do cristianismo vemos isso. O escolasticismo (movimento de reflexão e produção teológica iniciado no século 12 e que sucedeu a Idade Média) foi marcado por uma riqueza enorme de criatividade intelectual, promovida por um contexto sociocultural que estimulava o pensamento. E, sem esse movimento, não teríamos os pré-reformadores e muito menos a reforma protestante. Ou seja: sem o pensamento e a reflexão não haveria Igreja evangélica. Às vezes fico imaginando se os dois discípulos na estrada de Emaús, em vez de ocupar o tédio daquela longa caminhada conversando com Jesus, tivessem ficado com a cara enfiada em seu iPad durante todo o trajeto. O que não teriam perdido?

Você vai deparar com muitos momentos de tédio ao longo da próxima semana, do próximo mês, do resto de sua vida. É totalmente possível ocupá-los todos com aquilo que vê em seu smartphone, notebook ou tablet. Não tenha dúvidas de que conseguirá espantar o tédio com eficiência, vai se distrair, entreter-se e manter seu cérebro bem ocupado. Vai rir, ver vídeos legais no YouTube, admirar milhões de selfies dos seus amigos no Facebook, gastar horas jogando Candy Crush. Coisas do gênero. Nada contra. Mas se você não tomar a decisão de desfrutar de pelo menos parte desse tédio com a leitura de livros ou com a arte de pensar, corre o sério risco de se tornar alguém que não avança nem contribui – apenas reproduz o que alguém que pensa te falou. E isso seria muito triste. Improdutivo. E desastroso para você, a Igreja e a sociedade.

Quer ser uma pessoa relevante? Quer ter opiniões bem formadas e refletidas e não apenas copiadas do que ouviu da boca de alguém que admira? Quer ter senso critico? Quer conseguir analisar algo que todo mundo diz que está certo e concluir que está errado? Então recomendo que dedique-se ao pensamento. E os momentos de tédio são preciosos e propícios para isso. Não perca a oportunidade. Use a chatice das horas entediantes para se tornar uma pessoa que usará suas reflexões para auxiliar vidas, formar uma igreja mais íntima de Cristo e construir um mundo melhor.

E, agora que acabei de escrever esta reflexão, surgida em um momento de tédio na sala de embarque de um aeroporto de São Paulo, peço licença mas vou ler um bom livro – afinal, ninguém é de ferro. Paz a todos vocês que estão em Cristo, Maurício


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Alegria

"Alegria é uma de minhas virtudes originais. Mesmo estando presente, talvez ela esteja coberta de pó. Porém, quando começo a usá-la e experimentá-la, nada me abala mais. A alegria me permite voar acima das situações complexas e me faz vê-las como pequenas trivialidades abaixo de mim, como se eu estivesse observando tudo de um avião. A alegria me permite enfrentar pessoas em estado negativo, não com brigas ou discussões, mas com amor e compreensão, ajudando elas a se libertar de suas próprias cargas. Alegria é poder."


Nícolas Dan Buis


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